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Portugueses cortam 5% nos gastos com compras de Natal para média de 356 euros

Seis em cada dez portugueses planeia gastar menos do que no ano passado, diz estudo do Instituto Português de Administração de Marketing (IPAM). Cortes na despesa versam principalmente sobre ornamentos e presentes para adultos, mas também há quem planeie cortar nos produtos alimentares da época.

14 de Dezembro de 2023 às 21:04
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Os portugueses preveem gastar, em média, 356 euros em compras de Natal, um valor que reflete uma diminuição de 5,5% face ao ano anterior (377 euros), revela um estudo do Instituto Português de Administração de Marketing (IPAM).

À luz do estudo, que vai na 15.ª edição, "a instabilidade económica tem um impacto claro no comportamento dos consumidores" com 60% a afirmar que vai gastar menos do que no ano passado, enquanto que 27% o mesmo.
 
Em concreto, 56,8% dos inquiridos afirmam que alteraram os hábitos de consumo, nomeadamente no que toca à redução de custos com compras de Natal (40,8%) e à diminuição do número de pessoas para as quais compra prendas (36,7%), de acordo com os dados recolhidos entre 26 de novembro e 11 de dezembro em Portugal continental.

O IPAM indica ainda que se verificam oscilações "significativas" desde 2021 - ano em que os portugueses estimavam gastar 398 euros, o segundo valor mais elevado desde o início do estudo "Compras de Natal" em 2009. "Em 2022 verificou-se uma previsão de descida (menos 5,2% face a 2021) que se prevê ser reforçada então em 2023 (menos 5,5% face a 2022).

"Ao longo dos últimos anos temos verificado oscilações significativas no comportamento dos consumidores face às compras de Natal, em linha com os diversos indicadores referentes à situação económica e financeira do país", afirma a docente do IPAM e coordenadora do estudo, Mafalda Ferreira, citada num comunicado enviado às redações.

"Dos inquiridos que responderam que vão gastar menos do que no ano passado destaca-se a redução nas ornamentações de Natal (86%), bem como nos presentes para os adultos (81%). Apesar de menos significativo, 33% dos inquiridos afirma que fará reduções nos produtos alimentares específicos de Natal.

Já os inquiridos que referem que irão gastar um valor superior a 2022 indicam em 52% dos casos que esta alteração se deve ao aumento do preço generalizado dos produtos.

Segundo o IPAM, 23% dos respondentes (contra 25,1% em 2022)  afirmaram que não pretendem comprar presentes de Natal. E, dentro do universo daqueles que o planeiam fazer, verifica-se que nos agregados familiares com filhos (55% dos inquiridos) estes são na totalidade dos casos contemplados com presentes de Natal.

Globalmente, em 60% dos casos é referida a compra de presentes de Natal para o cônjuge e em 59% dos casos para os pais, irmãos e outros familiares, com uma fatia de apenas 27% dos inquiridos a darem conta da intenção de comprar prendas para amigos.

Dos brinquedos aos chocolates. Do online ao "shopping"

Relativamente ao tipo de produtos a comprar de acordo com o destinatário o estudo conclui que para crianças até aos 12 anos a preferência recai sobre brinquedos (25%), roupa/calçado (24,8%) e livros (15,5%). Para os adolescentes (entre os 12 e os 18 anos) as escolhas recaem sobre roupa/calçado (37%), jogos eletrónicos (14%) e acessórios (9%). Já para adultos roupa/sapatos (24%), acessórios (21%) e chocolates (17%) estão no topo das escolhas.

No que toca ao método, o estudo do IPAM aponta que as compras online continuam a ser a opção preferida de 26% dos portugueses, depois de a pandemia ter trazido "um aumento exponencial do comércio eletrónico". Depois do online, o local de compra com maior preponderância é o centro comercial (19%), sendo que o comércio de rua recebe a preferência de 12% dos consumidores, um ligeiro crescimento face ao ano anterior (10%).

O IPAM destaca, contudo, que "há vários consumidores que preferem aliar as várias opções de compra: centros comerciais, comércio de rua e online (15%) e centros comerciais e comércio de rua (16%).

Para compreender a situação financeira das famílias, o estudo questionou os entrevistados sobre se iriam receber subsídio de Natal (79% da amostra recebe o subsídio nesta altura, o que poderá ter consequências no comportamento face às compras de Natal, segundo o IPAM que assinala que este dado permanece praticamente inalterado desde 2020).

Dos inquiridos que recebem subsídio de Natal 3% diz que não vai utilizar este dinheiro para efetuar compras de Natal. Do lado oposto, 2% dos inquiridos gastará a totalidade do subsídio em compras de Natal, um terço dos inquiridos estima gastar entre 11% e 25% do subsídio de Natal e outro terço prevê gastar entre 26% e 50% do subsídio.

O estudo, a partir de inquéritos online e presencialmente, contou com uma amostra composta por 560 indivíduos, maiores de 18 anos, distribuídos por diferentes classes sociais, em Portugal continental.
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