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Marca própria pesa 39,1% nas vendas do retalho alimentar, o valor mais elevado em 12 anos

Dados do INE mostram "forte recuperação" do volume de negócios do retalho alimentar face a 2019. Comparando com o ano pré-pandemia somente o número de pessoas ao serviço evidenciou um retrocesso.

Inflação abrandou para 9,6% em dezembro, mas o BdP estima que, para os mais pobres, tenha sido superior.
João Cortesão
04 de Dezembro de 2023 às 14:49
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Os produtos de marca própria nunca pesaram tanto nas vendas das cadeias de distribuição alimentar: em 2022 contribuíram com 39,1%, o equivalente a 6.000 milhões de euros, alcançando a proporção mais elevada pelo menos desde 2011.

Dados divulgados, esta segunda-feira, pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), indicam que o peso da marca própria nas vendas do retalho alimentar foi o maior "desde o início da série", em 2011, ano em que representava 31,7%, ou seja, uma fatia de 3.461 milhões num bolo de 10.911 milhões de euros.

O aumento no volume de vendas de produtos de marca própria acentuou-se em 2022 (+11,6%, contra +2,7% em 2021), registando-se um crescimento de 72,7% entre 2011 e 2022, um número "bastante acima do aumento do volume de vendas" (+40,3%), refere o Inquérito às Unidades Comerciais de Dimensão Relevante (UCDR).

Nas unidades de retalho alimentar, as vendas cresceram 8,2% (+3,1% em 2021; +14,8% comparando com 2019) para 15.304 milhões de euros.

O grupo das unidades de retalho alimentar (aquelas em que a venda de produtos alimentares representa mais de 50%) detinha uma dimensão económica superior ao grupo complementar, empregando mais de dois terços do total de pessoal ao serviço nas UCDR (67,2%; -2,6 pontos percentuais face a 2021) e agregando 69,4% do volume de negócios (contra 70,9% em 2021) e 81,2% do número total de transações comerciais (contra 81% em 2021).

Em 2022, encontravam-se em atividade 1.769 unidades de comércio a retalho alimentar (+9 face a 2021, o equivalente a +0,5%), as quais empregavam 82,3 mil trabalhadores, ou seja, menos 3,1% que no ano anterior (contra +2,6% em 2021).

O volume de negócios ascendeu a 15,4 mil milhões de euros, valor que representou um acréscimo de 8,2% face ao ano anterior (+3,2% em 2021), tendo contribuído para esta faturação a realização o aumento em 13,9% das transações para 834,7 milhões de transações (+5,6% em 2021).

"As unidades de retalho alimentar apresentaram um forte dinamismo económico ao longo do período de 2011-2022, com o volume de negócios a crescer 40,4% e o número de pessoas ao serviço a aumentar 16,3%", refere o INE, indicando que, em 2022, o número de transações comerciais realizadas registou uma "forte recuperação", o que permitiu superar em 1,5% o registo anterior mais elevado, verificado em 2019.

À luz dos mesmos dados, face ao ano pré-pandemia somente o número de pessoas ao serviço evidenciou um retrocesso (-1,1%).

Ao todo no ano passado, as unidades de retalho alimentar empregaram 82,3 mil trabalhadores, o equivalente a uma diminuição de 3,1% face ao ano anterior. Em média, cada UCDR de retalho alimentar empregava 46,5 trabalhadores (após 48,2 em 2021 e 47,1 em 2020).

A maioria do pessoal ao serviço eram trabalhadores a tempo completo, os quais representaram 72,3% do total (71,3% em 2021 e 72,4% em 2020), com as trabalhadoras do sexo feminino a manter a hegemonia no setor, com 69 mulheres por cada 100 trabalhadores.

Com um valor de 11,2 mil milhões de euros (+8,1%), as vendas de "produtos alimentares, bebidas e tabaco" representaram 73,4% (-0,1 pontos percentuais face a 2021) do total de vendas dos estabelecimentos dedicados ao retalho alimentar em 2022. Entre os principais produtos vendidos encontravam-se os "outros produtos alimentares", onde se inclui o arroz, massas e cereais, entre outros, que geraram a maior receita (13,2% do total global de vendas (+0,2 pontos percentuais do que em 2021), seguindo-se a "carne e produtos à base de carne" (12,1%, +0,2 pontos percentuais) e os "frutos e produtos hortícolas" (10,9%, -0,2 pontos percentuais).
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