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Greve da Silopor ameaça abastecimento de bens essenciais, alerta setor

Greve, que começou no início do mês, "está a provocar atrasos na descarga de navios de cereais importados, dos quais Portugal depende em mais de 80% para o abastecimento da sua indústria para alimentação humana e animal", alertam associações.

13 de Fevereiro de 2023 às 17:04
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Cinco associações do universo da indústria alimentar alertaram, esta segunda-feira, que a greve dos trabalhadores da Silopor "volta a ameaçar o abastecimento de produtos alimentares essenciais", afetando os setores da produção de pão e de alimentos compostos para animais, assim como a suinicultura e avicultura.

Em comunicado, a Associação Nacional de Armazenistas, Comerciantes e Importadores de Cereais e Oleaginosas (ACICO), a Associação Portuguesa de Moagem (APIM), a Associação Portuguesa dos Industriais dos Alimentos Compostos para Animais (IACA), a Federação Portuguesa das Associações Avícolas (FEPASA) e a Federação Portuguesa das Associações de Suinicultores (FPAS) culpam, aliás, a anterior secretária de Estado do Tesouro, Alexandra Reis, pela origem da greve, ao colocar em vigor um despacho que "impede o aumento dos trabalhadores das empresas de capitais públicos em liquidação, situação em que se encontra a Silopor há mais de 20 anos".

Os trabalhadores da Silopor - Empresa de Silos Portuários estão em greve à prestação de trabalho em horas extraordinárias até ao final de fevereiro", indicam as associações da indústria agroalimentar, enfatizando que "o facto de acontecer na sequência da greve dos trabalhadores das administrações portuárias a agravar o acesso da fileira agroalimentar a matérias-primas essenciais para a produção do leite, pão e ovos.

"As instituições representativas destes setores preconizam um novo aumento de preços e a rutura pontual do abastecimento destes produtos em alguns locais de venda", advertem, em comunicado enviado às redações.

De acordo com as cinco associações, a greve, que começou no início deste mês, "já está a provocar atrasos na descarga de navios de cereais importados, dos quais Portugal depende em mais de 80% para o abastecimento da sua indústria para alimentação humana e animal", com o impacto para os importadores a traduzir-se em "cerca de 50 mil euros por cada dia de atraso".

No porto da Trafaria - o único terminal do país preparado para a descarga e armazenagem das matérias-primas transportadas por grandes navios cerealíferos - os ritmos de descarga diários passaram de 11.000 toneladas por dia para 5.000 toneladas por dia, pelo que "esta situação tem o potencial de afetar a entrega de produtos básicos à população dado que, em condições regulares, a zona abastecida por este terminal compreende indústrias de alimentos compostos e pecuária que representam um consumo de, sensivelmente, 9.000 toneladas por dia em cereais forrageiros".

Mas essa não é a única consequência. É que, apontam, além da eventual rutura no abastecimento e previsível encarecimento dos produtos, "a greve ameaça provocar prejuízos na ordem dos três milhões de euros aos operadores económicos devido aos atrasos na descarga e aos consequentes custos de sobreestadias de navios.

"Estes custos inflacionados refletir-se-ão, necessariamente, ao longo da fileira, até ao consumidor final", vaticina o secretário-geral da IACA, Jaime Piçarra,chamando a atenção que será "mais um custo para os cidadãos a acrescer aos que já estamos todos a suportar por causa dos problemas das cadeias de abastecimento, da guerra na Ucrânia e da inflação descontrolada na zona euro".
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