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Trabalhadores da Silopor decidem dia 22 "ações de luta" por aumentos maiores

Atualização salarial na empresa públlica de silos portuários fica aquém das reivindicações dos trabalhadores. Sindicato convocou plenário para segunda-feira para serem discutidas "ações de luta"

A Silopor, em liquidação desde 2000, é a principal empresa portuária portuguesa de descarga e armazenagem de granéis sólidos alimentares.
Vítor Mota
Diana do Mar dianamar@negocios.pt 16 de Janeiro de 2024 às 19:26
Os trabalhadores da Silopor, que gere os silos da Trafaria e do Beato e está em liquidação desde 2000, vão reunir-se em plenário, na próxima segunda-feira, para decidir "ações de luta", depois de a reunião sobre a revisão dos salários, realizada esta tarde, com a comissão liquidatária da empresa 100% detida pelo Estado, ter terminado "sem grandes desenvolvimentos".

"Vamos ponderar, mas é provável que avancemos com ações de luta. O plenário de trabalhadores vai ser agendado para a segunda-feira e os trabalhadores é que vão decidir aquilo que pretendem", afirmou Célia Lopes, do Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal (CESP) ao Negócios, sem descartar a possibilidade de greves.

O plenário estava inicialmente marcado para esta terça-feira, mas foi adiado na sequência de um novo despacho do Ministério das Finanças que veio autorizar a comissão liquidatária a negociar a revisão dos salários com o sindicato. Isto depois de, inicialmente, o despacho orientador para os aumentos salariais nas empresas do setor empresarial do estado, emitido por Fernando Medina, ter excluído a Silopor.

Essa reunião teve lugar esta tarde, mas segundo Célia Lopes, há "pouca margem negocial", já que, de acordo com a informação transmitida pela comissão liquidatária, o despacho acaba por ser "limitador".

Tal significa que a comissão liquidatária não terá poder para ir além do que o Governo autorizou em geral para as empresas do setor público: aumentar a massa salarial global até 5%, sendo que a referência por trabalhador é de 3%.

Uma atualização que fica, no entanto, muito abaixo daquilo que os trabalhadores da Silopor - num total de 83 diretos - reivindicam. "Estamos em crer que a proposta final ficará abaixo dos 50 euros para os trabalhadores com salários mais baixos", adianta a dirigente sindical, dando conta de que a reivindicação vai no sentido de "um aumento de 15%, no valor mínimo de 150 euros".

Além da revisão da tabela salarial, esteve em cima da mesa de reunião com a comissão liquidatária a revisão do acordo da empresa, responsável por descarregar mais de 50% dos cereais consumidos em Portugal. "Há matérias que pretendemos ver revistas, como a progressão das carreiras, mas a comissão liquidatária diz que só tem mandato para rever a tabela salarial", indicou Célia Lopes. "Temos resposta negativa a praticamente tudo", resume.

O Negócios tentou contactar a comissão liquidatária, mas sem sucesso.

A Silopor encontra-se em liquidação desde 2000. No relatório que acompanhou a proposta do Orçamento do Estado para 2023, o Governo indicou, sem mais detalhes, que previa concluir nesse ano o processo de encerramento da liquidação da empresa que nasceu, em 1986, de um "spin-off" da área de negócio dos silos portuários da Empresa Pública de Abastecimento de Cereais (EPAC), mas nada avançou nesse sentido.

E, de acordo com a informaçao tornada pública após assembleia-geral realizada no final de dezembro último, só avança em 2025, tendo o Governo decidido adiar a decisão de lançamento de um concurso público para a concessão da exploração da empresa detida a 100% pelo Estado para o próximo Executivo, com a renovação do mandato da comissão liquidatária até junho de 2025.
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