Notícia
Adesão "total" à greve na Silopor. Traballhadores confiantes na "evolução" das negociações
Trabalhadores da Silopor, empresa detida a 100% pelo Estado que assegura o descarregamento e armazenagem de mais de metade dos cereais consumidos em Portugal, cumprem esta quarta-feira um dia de "paralisação total", a primeira pelo menos desde 2009.
A greve dos trabalhadores da Silopor, responsável por descarregar e armazenar mais de metade dos cereais importados por Portugal, regista uma "adesão total", não estando a serem descarregados navios nem abastecidos camiões nos silos de Trafaria e do Beato.
Os trabalhadores da empresa detida a 100% pelo Estado, que se encontra em liquidação desde 2000, não tem dívidas e até gera lucro, cumprem esta quarta-feira um dia de "paralisação total", feito inédito desde pelo menos 2009, já que as anteriores greves, como as ocorridas designadamente no ano passado, visaram a prestação de trabalho de horas extraordinárias.
"A adesão foi total", diz Célia Lopes, do Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal (CESP), ao Negócios, apontando que "até podia ter sido integral", ou seja, ter incluído também as mais de duas dezenas de trabalhadores temporários e de empresas de prestação de serviços, que não têm vínculo à Silopor, mas não foi "por pressão das chefias para que entrassem ao serviço", com "alguns a receberem chamadas telefónicas" e a acederem "por receio".
Em cima da mesa estão essencialmente três reivindicações: exigem a integração nos quadros da Silopor dos mais de 20 trabalhadores de empresas de trabalho temporário (alguns dos quais a prestar serviço diariamente na Silopor desde 2019), a valorização dos salários, rejeitando as limitações impostas pelo Ministério das Finanças e pela comissão liquidatária (dado que o despacho do Ministério das Finanças prevê que a massa salarial, onde se incluem as promoções e o pagamento extra do trabalho suplementar, só possa aumentar até 5%), assim como a revisão do Acordo de Empresa, designadamente no que toca às carreiras profissionais.
De manhã os trabalhadores reuniram-se junto ao silo da Trafaria, em Almada, onde esteve presente a secretária-geral da CGTP-IN, Isabel Camarinha, e à tarde seguem para o Ministério das Finanças, onde vão entregar uma resolução com a "esperança" de que haja avanços ao nível da revisão do Acordo de Empresa e da integração nos quadros da Silopor dos trabalhadores precários. "Havendo orientação nesse sentido creio que conseguiremos chegar a bom porto nas negociações" com a comissão liquidatária que, como sublinhou ao Negócios, o seu presidente, Abel Vinagre, "não tem mandato para o fazer".
Mesmo estando em gestão, a dirigente sindicalista acredita que "não há motivos para que não haja uma evolução", até porque foi nessa circunstância já que o Ministério das Finanças prolongou o mandato da comissão liquidatária até junho de 2025.
"No ano passado, autorizou a comissão liquidatária a negociar os salários médios. Porquê que este ano não? Por que tem de incluir as promoções automáticas?", questionou. A comissão liquidatária não tem poder para ir além do que o Governo autorizou em geral para as empresas do setor público: aumentar a massa salarial global até 5%, sendo que a referência por trabalhador é de 3%.
E isto, na prática, segundo Célia Lopes, significa que "as promoções automáticas vão ser pagas pelos outros trabalhadores", atendendo a que "os 5% com taxa salarial têm de incluir as promoções automáticas" que, este ano, são 32 num universo de 83 trabalhadores, ou seja, sensivelmente 40%, e que a Silopor "não conseguirá assegurar aumentos além de 52 euros previstos para o setor público".
A "bola" está agora do lado da Silopor (em primeira instância, do Governo). "Tudo vai depender do que vier da comissão liquidatária. Temos a ideia apalavrada de voltar a reunir no início do mês de fevereiro", aponta Célia Lopes, indicando que, caso não haja qualquer alteração, os trabalhadores da Silopor voltarão a reunir-se em plenário para decidir os próximos passos.
Os trabalhadores da empresa detida a 100% pelo Estado, que se encontra em liquidação desde 2000, não tem dívidas e até gera lucro, cumprem esta quarta-feira um dia de "paralisação total", feito inédito desde pelo menos 2009, já que as anteriores greves, como as ocorridas designadamente no ano passado, visaram a prestação de trabalho de horas extraordinárias.
Em cima da mesa estão essencialmente três reivindicações: exigem a integração nos quadros da Silopor dos mais de 20 trabalhadores de empresas de trabalho temporário (alguns dos quais a prestar serviço diariamente na Silopor desde 2019), a valorização dos salários, rejeitando as limitações impostas pelo Ministério das Finanças e pela comissão liquidatária (dado que o despacho do Ministério das Finanças prevê que a massa salarial, onde se incluem as promoções e o pagamento extra do trabalho suplementar, só possa aumentar até 5%), assim como a revisão do Acordo de Empresa, designadamente no que toca às carreiras profissionais.
De manhã os trabalhadores reuniram-se junto ao silo da Trafaria, em Almada, onde esteve presente a secretária-geral da CGTP-IN, Isabel Camarinha, e à tarde seguem para o Ministério das Finanças, onde vão entregar uma resolução com a "esperança" de que haja avanços ao nível da revisão do Acordo de Empresa e da integração nos quadros da Silopor dos trabalhadores precários. "Havendo orientação nesse sentido creio que conseguiremos chegar a bom porto nas negociações" com a comissão liquidatária que, como sublinhou ao Negócios, o seu presidente, Abel Vinagre, "não tem mandato para o fazer".
Mesmo estando em gestão, a dirigente sindicalista acredita que "não há motivos para que não haja uma evolução", até porque foi nessa circunstância já que o Ministério das Finanças prolongou o mandato da comissão liquidatária até junho de 2025.
"No ano passado, autorizou a comissão liquidatária a negociar os salários médios. Porquê que este ano não? Por que tem de incluir as promoções automáticas?", questionou. A comissão liquidatária não tem poder para ir além do que o Governo autorizou em geral para as empresas do setor público: aumentar a massa salarial global até 5%, sendo que a referência por trabalhador é de 3%.
E isto, na prática, segundo Célia Lopes, significa que "as promoções automáticas vão ser pagas pelos outros trabalhadores", atendendo a que "os 5% com taxa salarial têm de incluir as promoções automáticas" que, este ano, são 32 num universo de 83 trabalhadores, ou seja, sensivelmente 40%, e que a Silopor "não conseguirá assegurar aumentos além de 52 euros previstos para o setor público".
A "bola" está agora do lado da Silopor (em primeira instância, do Governo). "Tudo vai depender do que vier da comissão liquidatária. Temos a ideia apalavrada de voltar a reunir no início do mês de fevereiro", aponta Célia Lopes, indicando que, caso não haja qualquer alteração, os trabalhadores da Silopor voltarão a reunir-se em plenário para decidir os próximos passos.