Outros sites Medialivre
Notícias em Destaque
Notícia

Governo avisa retalho alimentar que ASAE vai à caça de especulação

A ASAE vai intensificar ações para tentar confirmar indícios de especulação por parte do retalho agroalimentar. Esta quarta-feira, 38 brigadas vão vasculhar prateleiras em todo o país.

Nuno Fazenda, secretário de Estado do Turismo, Comércio e Serviços Pedro Catarino
  • ...
O Governo quer "intensificar a ação de fiscalização ao nível dos produtos alimentares" e, por isso, o secretário de Estado do Turismo, Comércio e Serviços, Nuno Fazenda, anunciou para esta quarta-feira "uma ação inspetiva em todo o país com cerca de 38 brigadas de norte a sul do país".

Ao lado do inspetor-geral da ASAE, o governante quis marcar "o primeiro dia do mês do consumidor" com esta ação, por entender que "o aumento exagerado dos preços não favorece ninguém e no limite também prejudica os próprios operadores económicos".

"O que nós estamos a analisar remete para a especulação dos preços", diz Nuno Fazenda, referindo duas vertentes: por um lado, "a prática especulativa dos preços na cadeia do agroalimentar" — em que operadores possam estar a tirar partido do contexto inflacionista para aumentarem as suas margens — e, por outro, "a especulação dos preços que temos na prateleira" — produtos cujo preço marcado sobe na hora de pagar na caixa. 

No ano passado, esta última prática foi detetada em 4% das ações da ASAE, resultando em cerca de 40 processos de crime e 80 contraordenações.

No primeiro caso, vai ser feito "o confronto entre o preço de venda ao público e o preço de aquisição pelo retalhista", afirma Pedro Portugal Gaspar, inspetor-geral da ASAE. "Chama-se a isto a margem de lucro bruta e temos situações de margem de lucro bruta acima dos 50%". 

"Por si só pode não significar nada, pode ter várias explicações", ressalva, mas "o consumidor está a pagar um preço mais elevado" e "pode haver um indício da tal prática de lucro ilegítimo", esclarece o responsável.

Portugal, sublinha o inspetor-geral, tem um "aumento alto de preços", relativamente aos pareceiros comunitários. E ainda que ressalve que "todos os países europeus estão com vendas dos bens alimentares acima da taxa média de inflação", sendo, por isso, "um dominador comum", a verdade é que o país "destaca-se por ter um diferencial um pouco maior", diz Pedro Gaspar.

O responsável lembra que o país "é mais longínquo" dos grandes centros de produção alimentar, com as implicações que isso pode ter nos custos, mas nota que  "pode não explicar tudo relativamente a uma Espanha que está mais perto e com ‘gap’ menor".

"Não deixa de estar aqui um indício e este indício agora tem de ser verificado com confrontação documental", indica Pedro Portugal Gaspar.

Última atualização às 11h52.
Ver comentários
Saber mais ASAE Serviços Governo bens de consumo
Outras Notícias
Publicidade
C•Studio