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"Definir já que o teletrabalho é regra até ao final do ano é meterem-se demais na vida das empresas"

O diretor-geral da APED considera que o teletrabalho foi importante, mas tem perigos.

Bruno Colaço
Negócios 03 de Abril de 2021 às 10:26
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O diretor-geral da APED (Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição), Gonçalo Lobo Xavier, considera que "anunciar já que o teletrabalho se vai manter regra até ao final do ano parece-nos excessivo. Não pomos em causa o teletrabalho, foi uma ferramenta muito interessante no seu momento", mas, acrescenta, "é preciso desconfinar e que as empresas retomem ritmos de trabalho sem pôr em causa a saúde pública. Definir já que o teletrabalho é regra até ao final do ano é meterem-se demais na vida das empresas. Foi uma solução interessante mas também tem perigos e não é para todas as áreas de negócio".

Em entrevista ao Dinheiro Vivo, Gonçalo Lobo Xavier lembra que a criação líquida de empregos que o setor vinha a apresentar até 2020 parou no ano passado. Até início de 2020 foram criados pelos associados 25 mil postos de trabalho. Mas agora "ficaremos muito contentes se conseguirmos manter este nível de emprego". A APED representa empresas que têm 130 mil colaboradores - 90 mil no alimentar e 40 mil nos outros negócios

Para o responsável, as suas empresas não podem ter todas as pessoas em teletrabalho, "mas nos escritórios que lhes dão suporte pode haver essa expectativa. E aqui nem falo na distribuição, nós falamos com outros setores importantíssimos que nos dizem que passar esta mensagem é errado, é contraproducente, não permite reestabilizar equipas. O teletrabalho faz perder algo do encontro entre colaboradores, do networking, põe em causa alguma produtividade e não pode ser solução por decreto e muito extensa" e tem impacto no consumo.

Na mesma entrevista, o responsável da APED volta a pedir que se reveja os limites de pessoas por metro quadrados nas lojas e considera de "eficácia no mínimo duvidosa" a proibição de comunicar as promoções por parte dos lojistas. Diz mesmo que "é uma medida um pouco populista. Não nos parece que as pessoas nesta fase estejam tão sensíveis à comunicação da promoção que corram às lojas. Desde logo porque há limite do número de pessoas em loja. Portanto é um contrassenso, com impactos nos nossos parceiros de publicidade, os media".

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