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Costa admite prolongar IVA zero nos alimentos além de outubro
IVA a zero sobre um cabaz de 46 produtos alimentares considerados essenciais entrou esta terça-feira em vigor. Medida manter-se-á até outubro, mas, caso a pressão inflacionista se mantenha, primeiro-ministro admite "sentar-se à mesa e ver o que pode ser feito".
"Assumimos que a redução é temporária (...) o que temos de continuar a fazer, e ainda ontem o Ministério das Finanças apresentou o Programa de Estabilidade com a previsão de uma desaceleração da inflação, vé acompanhar essa evolução e ir adotando as medidas que sejam necessárias e possíveis para proteger o máximo possível o rendimento das famílias", afirmou aos jornalistas, à margem de uma visita a espaços comerciais para averiguar se a medida está a ser aplicado.
Durante a visita a um dos supermercados, António Costa reforçou que a redução do IVA para 0% foi um "trabalho conjunto para que esta seja uma medida com impacto efetivo" e elogiou o trabalho dos distribuidores.
"O Estado fez a sua parte, aprovou a medida e há agora o outro trabalho que tem de ser feito - e é muito - porque estamos a falar de 46 categorias, mas neste supermercado que visitamos estamos a falar de quatro mil produtos, por isso exigiu ao longo da última noite um esforço enorme dos funcionários destas cadeias para estarem a alterar todas as etiquetas", salientou, elogiando também ao retalho "o esforço para informar o cidadão de qual a redução que efetivamente resulta da medida".
"Isso é importante para que não existam as dúvidas que haviam de que a 'distribuição vai apropriar-se da redução do IVA'", referiu.
Mas esta medida de isentar do imposto sobre o valor acrescentado 46 produtos alimentares não significa que os preços não possam continuar a subir, alertou. "Os preços estão a ser pressionados também por um custo de produção que os produtores estão a suportar e é preciso que consigamos atuar em toda a fileira, porque se baixamos o preço no retalho mas o preço na produção continua a subir, acaba por ser repercutido isso e o preço final volta a aumentar", salientou.
Questionado sobre se há possibilidade de serem adicionados novos produtos à lista, defendeu que esta foi elaborada com base num racional, que assentou "num cabaz saudável e representativo da roda dos alimentos".
Entre os bens que passam a estar isentos de IVA contam-se, por exemplo, a carne bovina, suína e de frango e peru, bem como o bacalhau, carapau, sardinha ou atum em conserva. Também os ovos, pão, laticínios, massas, arroz, batata e vários produtos hortícolas deixam de estar sujeitos ao IVA.
A generalidade dos produtos era tributado anteriormente à taxa de 6%, sendo a exceção os óleos alimentares, que pagavam 13% de IVA.