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Comércio abre porta a despedimentos e critica "desprezo" do Governo

A Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP) aconselhou hoje os empresários a reduzir custos laborais, em resposta às dificuldades que resultam da pandemia.

João Vieira Lopes
18 de Março de 2020 às 15:53
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Comércio e serviços ficaram de fora das linhas de crédito anunciadas esta quarta-feira pelo Governo, e a reação da CCP não se fez esperar. A Confederação liderada por Vieira Lopes aponta o dedo ao "profundo desprezo a que foi votado" o setor no âmbito do auxílio público à economia, e afirma que há empresas de comércio e "muitos serviços em risco". 

Em comunicado, a CCP refere que não põe em causa a distribuição dos três mil milhões de euros que o Governo vai disponibilizar ao turismo, à restauração e à indústria, mas 
recorda que "só o setor do comércio representa mais de 700 mil ativos, dos quais meio milhão a trabalhar em micro e PME". Sublinha ainda que "os restantes serviços empregam ainda mais de um milhão de trabalhadores". 

Face a uma situação que classifica como "discriminatória" e "inexplicável", a CCP aconselha os empresáros a avançar para o corte "rápido" de custos com trabalhadores. A Confederação considera que as empresas não devem "adiar decisões, como aconteceu, por exemplo, no período de ajustamento, (...) de forma a minimizar as dificuldades com que estão confrontadas".

Os ministros das Finanças e da Economia revelaram na manhã desta quarta-feira a criação de uma linha de crédito de três mil milhões de euros, que abrange os setores da restauração e similares, turismo e indústria. 

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