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Indústria extrativa fala em “despedimentos em massa” sem mais apoios públicos

Os transformadores de rochas ornamentais, como mármores e granitos, dizem que “o valor dos apoios financeiros é francamente insuficiente” e pedem mais medidas e também clareza ao Governo na explicação dos incentivos.

20 de Março de 2020 às 10:55
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As indústrias extrativas consideram que as medidas de apoio já apresentadas pelo Governo não chegam para enfrentar a ameaça da covid-19 e pedem também um "esclarecimento urgente" ao Governo sobre como vai funcionar o novo regime de lay-off e como podem candidatar-se às "muitas e complexas" medidas na área do Trabalho e da Segurança Social que foram anunciadas nos últimos dias.

 

"O valor dos apoios financeiros é francamente insuficiente. As contribuições para a Segurança Social, IRC e IRS deveriam ser suspensas até a situação normalizar, bem como as obrigações declarativas. A decisão do Governo em dar a possibilidade de pagamento a prestações, para algumas empresas, não vai resolver nada. Neste cenário iremos assistir a despedimentos em massa", resumiu Francelina Pinto, diretora-geral da Aniet.

 

Com um volume de negócios superior a mil milhões de euros, dos quais quase metade são assegurados pelo subsetor das rochas ornamentais – exporta mais de 95% da produção de mármores, granitos e calcários para vários destinos, como a China –, este setor emprega um total de cerca de 12 mil pessoas em Portugal, segundo os dados cedidos ao Negócios pela associação empresarial sediada no Porto.

Receamos que principalmente as pequenas empresas, que não tenham o suporte da estrutura de um grupo para se apoiarem, consigam sobreviver. Francelina Pinto, diretora-geral da aniet

 

Na quarta-feira, 18 de março, além de garantirem que a legislação com os bancos para uma moratória de capital e juros será aprovada até ao final do mês, os ministros das Economia e das Finanças anunciaram linhas de crédito de 3.000 milhões de euros para apoiar as empresas mais penalizadas pela covid-19. Mais de um terço (1.300 milhões) será direcionado para as indústrias têxtil, vestuário, calçado, extrativas (rochas ornamentais) e da fileira da madeira e do mobiliário.

 

"Não temos dúvidas que esta situação vai acarretar para a economia portuguesa um enorme impacto e receamos que principalmente as pequenas empresas, que não tenham o suporte da estrutura de um grupo para se apoiarem, consigam sobreviver", finalizou Francelina Pinto, não escondendo que o setor, que começou a ser afetado quando o novo coronavírus ainda estava confinado à China, está "muito preocupado" com este cenário prolongado de instabilidade.

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