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Aldo Portugal diz que está mesmo a leste do Canadá e vai reabrir as 26 lojas a 1 de junho
A empresa que detém um contrato de utilização da marca de calçado no nosso país diz que está “em condições de tranquilizar os seus parceiros”, garantindo que a grave situação financeira do grupo canadiano “não afetará a operação portuguesa”.
Esta quinta-feira, 7 de maio, a gigante cadeia de calçado e acessórios de moda Aldo anunciou que tinha avançado com um pedido de proteção de credores devido ao impacto que teve o fecho de lojas por causa do confinamento a que a pandemia da covid-19 obrigou.
A grave situação financeira do grupo sediado no Canadá fez soar o alarme junto dos "stakeholders" da ZT Two (Aldo Portugal), a empresa que detém os direitos de utilização da marca no nosso país, onde a insígnia conta com 26 lojas, todas situadas em centros comerciais.
Mas a Aldo Portugal garantiu ao Negócios que o processo em que o grupo canadiano está envolvido não irá contaminar a operação portuguesa.
"A Aldo Portugal é uma sociedade autónoma, que comercializa os produtos da marca Aldo em exclusividade, através de um contrato de utilização da marca. Assim sendo, está a administração da Aldo Portugal em condições de tranquilizar os seus parceiros - clientes, funcionários, acionistas, bancos, etc. - que esta realidade não afetará a operação portuguesa", afiançou José António Nogueira, advogado da empresa, em declarações ao Negócios.
"A AGI - Aldo Internacional, com sede na Suiça - já garantiu que os níveis de financiamento e de fornecimento de produtos não serão afetados", adiantou o mesmo responsável da Aldo Portugal.
De acordo com Nogueira, a AGI enviou um "statement" aos seus "stakeholders" em que afirma que "a ALDO já garantiu um sólido financiamento para este processo e está comunicando muito de perto com seus parceiros de fornecimento / fábricas, garantindo que o ‘pipeline’ de produção de produtos esteja estável e fluindo conforme o esperado."
Ainda segundo a mesma declaração da Aldo reportada pelo advogado da marca em Portugal, "o grupo Aldo está comprometido em garantir que os negócios de seus parceiros não sintam o efeito desta transição".
No caso de falência da Aldo, como fica a situação da Aldo Portugal? José António Nogueira descarta este cenário: "A situação da insolvência da Aldo é algo que não se coloca. A empresa fruto desta brutal crise teve necessidade de reestruturar-se e está a fazê-lo, tendo contudo já garantido as linhas de financiamento que asseguram o seu funcionamento e cadeia de fornecimento de produto", asseverou.
Aldo Portugal fechou 2019 com vendas superiores a 13 milhões de euros
Entretanto, as 26 lojas da Aldo Portugal, fechadas desde 16 de março e com a esmagadora maioria dos seus 180 trabalhadores em lay-off, na sequência das medidas de combate à pandemia da covid-19, deverão reabrir a 1 de junho, revelou o advogado da empresa.
Nogueira adiantou que a Aldo Portugal, que é detida pelo empresário António Borba, fechou o exercício de 2019 com uma faturação superior aos 13 milhões de euros registados no ano anterior.
Fundada em Montreal, no Canadá, em 1972, pelo imigrante marroquino Aldo Bensadoun, a Aldo tem cerca de oito mil funcionários e vende os seus produtos em cerca de três mil pontos de venda em mais de 100 países.
"Não é segredo que o setor do retalho sofreu mudanças rápidas e significativas nos últimos anos. Estávamos a fazer enormes progressos com a transformação dos nossos negócios para enfrentar esses desafios. No entanto, o impacto da pandemia da covid-19 também colocou muita pressão nos nossos negócios fluxos de caixa", explicou David Bensadoun, CEO da Aldo, em comunicado, esta quinta-feira, sem detalhar a situação financeira da empresa.