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Vítor Bento: “Para o PS, este era o momento ideal para ter eleições”
O economista defende que sem a ajuda do BCE o “mais provável” era estarmos como em 2011. Quanto ao Novo Banco, “tendo-se optado pela venda imediata”, não percebe “porque é que ainda não ocorreu”, disse ao Público.
Vítor Bento, economista e ex-presidente do BES, considera que "para o PS, este seria o momento ideal para ter eleições", tendo em conta que as sondagens apontam que começa a aproximar-se da maioria absoluta, disse em entrevista ao Público.
O economista considera que o cenário de "instabilidade" criado com a recente polémica da TSU, "dificilmente poderá perdurar". "Se se continuarem a verificar contradições destas", a situação pode complicar-se e "implicará um desgaste para o Governo", comentou.
Quanto à actual situação económica do país, Vítor Bento defende que sem a intervenção d BCE "o mais provável" era estarmos numa situação parecida à de 2011. Sem a ajuda de Frankfurt, "dificilmente as taxas conseguiriam estar no nível em que estão, e atenção que isso criava, quer directa quer indirectamente, seria grande", sustentou. "Também é verdade", continuou, "que a crise da zona euro foi muito mal gerida e agravou mais os problemas do que os resolveu. Tratámos uma infecção com anti-inflamatórios, mas o germe da infecção mantém-se".
Questionado sobre a actual situação do Novo Banco, o antigo presidente do BES, relembrou que o que defendia era uma solução "mais consentânea como o que foi feito em todos os países. E que continua a ser feito. Ainda não vi em mais nenhum lado ser aplicada a nossa solução".
"Tendo-se optado pela venda imediata, não percebo porque é que ainda não ocorreu ao fim de três anos. Não sei. A única informação que tenho sobre assunto é aquilo que vai aparecendo nos jornais e aquilo que dão a Marques Mendes para ele dizer. Fico surpreendido, mas não tenho informação", acrescentou.