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Vítor Bento: "Os bancos não podem fazer milagres"

O presidente da Associação Portuguesa de Bancos diz aos deputados que não vê "nenhuma situação de ilegitimidade" nos lucros dos bancos.

Bruno Simão/Negócios
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O presidente da Associação Portuguesa de Bancos (APB) afirma que os bancos "apresentaram sempre a maior disponibilidade para colaborar com os seus clientes, facilitando-lhes a vida na medida do possível", mas Vítor Bento avisa que "também não podem fazer milagres".

Ouvido na comissão parlamentar de Orçamento e Finanças sobre a atuação da banca no crédito habitação e nos juros dos depósitos, o responsável lembra que "os bancos estão sujeitos a uma série de regras do ponto de vista de regulação económica e do ponto de vista de supervisão bancária que têm que respeitar e obviamente são entidades que têm de gerar resultados para poder sobreviver".

"Senhor deputado, julgo que prefere que os bancos sejam rentáveis do que os bancos tenham que ser auxiliados seja por quem for", respondeu ao representante do PSD, Rui Vilar, que se tinha referido ao "comportamento selvagem dos bancos". Depois disso, também o deputado Miguel Matos, do PS, fez referência aos lucros "feitos à custa das pessoas, dos juros que estão pagar na prestação da casa e das comissões excessivas".

"Qualquer empresa procura o lucro", considera Vítor Bento, "porque isso faz parte da lógica de uma economia de mercado concorrencial".

"Eu não reconheço que haja lucro excessivos. Quando muito, os lucros podem ser legítimos ou ilegítimos. Eu não vejo nenhuma situação de ilegitimidade", defende.

O presidente da APB — que começou a intervenção no Parlamento a referir que "não se pode pronunciar sobre políticas comerciais dos bancos" até "por impedimento legal" — garante ainda que "é do interesse dos bancos que os seus clientes tenham as maiores possibilidades de cumprir as suas obrigações creditícias" e que as instituições financeiras "não têm insensibilidade social".

Em relação aos depósitos, Vítor Bento defende que é necessário "assegurar que haja concorrência no mercado", e diz estar convencido de que existe. O presidente da APB nota que "basta ver o número de instituições bancárias que existem", referindo as dezenas de "instituições bancárias de variadíssimas dimensões, para já não falar das caixas de crédito agrícola mútuo e para não falar dos bancos estrangeiros que operam diretamente em Portugal".

Em todo o caso, afirma Vítor Bento, "mesmo que haja instituições de grande dimensão que possam ocasionalmente estar a aproveitar-se de condições de mercado que lhe sejam favoráveis as instituições de menor dimensão têm todo o incentivo para aplicarem condições diferentes".

"Agora, sendo o sistema concorrencial, a concorrência elimina todos os excessos que possa haver pontualmente em qualquer situação", considera.

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