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Vítor Bento: “Inflação tem de ser contida”, sob pena de termos uma “recessão maior”
Em entrevista ao DN e à TSF, o presidente da Associação Portuguesa de Bancos alerta para o problema de a inflação não ser contida e perdurar no tempo. Sobre o país, diz que lhe falta uma estratégia, com “objetivos realizáveis”.
Falta a Portugal uma "governance estratégica", com "objetivos realizáveis". Ao invés, o país é um "navegador de circunstâncias" com "mais ou menos habilidade". E a consequência é que "hoje vive-se tudo em função do curto prazo, praticamente todas as grandes decisões, todas as grandes opções são feitas em função do curto prazo".
A crítica vem de Vítor Bento, presidente da Associação Portuguesa de Bancos, em entrevista esta sexta-feira ao Diário de Notícias e à TSF.
O economista, que lançou recentemente o livro "Strategic Autonomy and Economy Power", onde examina os efeitos do poder económico na autonomia estratégica dos Estados, afirma que dá "nota média" a Portugal, considerando que o país "tem vindo a perder dimensão" comparando "com países de dimensão semelhante, dentro e fora da União Europeia (UE)".
Sobre a situação económica que se vive, nomeadamente ao nível da inflação, Vítor Bento visa que terá "de haver um abrandamento sério da atividade económica" e um "arrefecimento da procura".
A inflação, destaca o economista, "tem de ser contida e quanto mais rapidamente for contida, menos custoso vai ser o esforço para a conter. Portanto, se deixarmos que ela perdure por mais tempo vamos ter de ter um esforço maior e provavelmente uma recessão, aí sim uma recessão maior que vai ter um custo social maior".