Outros sites Medialivre
Notícias em Destaque
Notícia

Ulrich: "Eu preferia a solução do Partido Comunista que era a nacionalização" do BES

O banqueiro avisou que os bancos podem vir a recorrer à justiça se o prejuízo com o resgate ao BES for elevado. "Provavelmente, se o problema for muito grande, os bancos não têm outro remédio senão litigar com o Estado e o Banco de Portugal".

Bruno Simão/Negócios
Negócios 07 de Novembro de 2014 às 08:36
  • 109
  • ...

O BES deveria ter sido nacionalizado quando foi resgatado por 4,9 mil milhões de euros. O Governo português devia ter escolhido esta via para o Banco Espírito Santo devido a ser a mais segura para a banca nacional por não implicar riscos de prejuízos, defende o presidente executivo do BPI.

 

"Agora vou ser muito egoísta e puxar só a brasa aos interesses que eu defendo. Eu preferia a solução do Partido Comunista que era a nacionalização do banco [BES], essa tinha sido melhor para nós", disse Fernando Ulrich no programa Quadratura do Círculo na SIC Notícias na quinta-feira, 6 de Novembro.

 

"É que se tivessem nacionalizado o banco, o BPI e os outros bancos não estavam agora com um risco enorme sob si que é, na eventualidade do banco ser vendido com prejuízo, nós termos que arcar com um prejuízo que pode ser muito significativo", sublinhou.

 

No programa de debate - que conta com os comentadores Pacheco Pereira, António Costa e António Lobo Xavier -, Ulrich elogiou o trabalho da equipa de Stock da Cunha no Novo Banco. Contudo, admitiu estar preocupado com a campanha agressiva da instituição para captar depósitos. E, dada a situação do Novo Banco, deveria estar focado em vender os seus activos.

 

O BES foi resgatado com o apoio de um sindicato bancário que entrou com 700 milhões de euros no banco. Este sindicato é constituído por oito instituições: Caixa Geral de Depósitos (CGD), BCP, BPI, Santander Totta, Crédito Agrícola, Montepio, BIC e Banco Popular.

 

O banqueiro avisou que os bancos podem vir a recorrer à justiça se o prejuízo com o resgate ao BES for elevado. "É uma questão muito sensível e tem a ver com aquilo que eu disse há pouco quanto à dimensão do problema. Provavelmente, se o problema for muito grande, os bancos não têm outro remédio senão litigar com o Estado e o Banco de Portugal".

 

A possibilidade do futuro comprador do Novo Banco ficar sob risco de ter de enfrentar vários processos em tribunal decorrentes do resgate ao BES, pode afastar potenciais interessados, apontou Fernando Ulrich.

 

"Nenhum comprador aceita ficar com a litigância. É impossível. O risco pode ser tal, que não se pode medir, porque os potenciais compradores dão de barato que não vão ter risco de litigância".

Ver comentários
Saber mais Novo Banco Fernando Ulrich BPI BES fundo de resolução
Outras Notícias
Publicidade
C•Studio