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Testes de stress falharam na tentativa de credibilizar sistema financeiro europeu

Um inquérito feito pela Bloomberg sobre a qualidade dos testes de stress levados a cabo pelo BCE mostra que a maioria dos inquiridos considera que estes falharam no intento de aferir com exactidão o grau de estabilidade e robustez dos maiores bancos europeus.

Bloomberg
18 de Novembro de 2014 às 13:17
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De acordo com um inquérito conduzido pela Bloomberg a um conjunto de 510 investidores e analistas, subscritores do serviço desta agência, os testes de stress aplicados pelo Banco Central Europeu (BCE) aos maiores bancos europeus não foram conclusivos quanto à real robustez e estabilidade do sistema financeiro europeu.

 

Para 51% dos inquiridos, os resultados da análise do BCE, conhecidos a 26 de Outubro, foram inconclusivos relativamente à capacidade para perceber com exactidão o grau de solidez dos principais bancos europeus.

 

O inquérito realizado entre 11 e 12 de Novembro mostra ainda que 32% consideram adequados e conclusivos os resultados, enquanto 17% não têm certeza quando à fiabilidade dos testes de stress.

 

Das 130 instituições financeiras analisadas pela autoridade monetária europeia, o BCE considerou que apenas 25 registaram insuficiências de capital, sendo que 12 destes bancos já haviam tomado medidas por forma a colmatar as insuficiências detectadas.

 

Terá sido este o caso do BCP, o único banco português a falhar a análise da instituição liderada por Mario Draghi. O BPI e a CGD superaram estes testes.

 

O BCE solicitou ao conjunto de bancos que mostraram maiores insuficiências de capital a realização de aumentos de capital de cerca de 8 mil milhões de dólares (6,4 mil milhões de euros). Draghi referia esta segunda-feira, no Parlamento Europeu, que os resultados dos testes de stress haviam sido satisfatórios.

 

O director-geral da AppleTree Capital, Michael Nicoletos, um dos participantes no inquérito da Bloomberg, afirmou estar seguro "de que há alguns bancos que estão em pior forma do que aparentam no teste".

 

Também o papel dos reguladores ficou mal visto no inquérito da Bloomberg. Para 56% dos inquiridos os reguladores financeiros de cada Estado não fizeram o que deveriam de forma a acautelar a eclosão de uma nova crise financeira na Europa, enquanto 30% consideram que o papel dos reguladores foi suficiente. 14% refere não ter a certeza.

 

Inquérito mostra maior confiança face aos testes de stress feitos nos Estados Unidos

 

O inquérito para a Bloomberg, conduzido pela Selzer&Co, denota que os participantes têm maior confiança nos testes de stress que vêm sendo aplicados anualmente nos Estados Unidos desde 2009.

 

No entender de 46% dos inquiridos, os testes feitos nos Estados Unidos forneceram uma noção adequada da estabilidade financeira dos bancos norte-americanos, contra 36% que pensam o contrário. Também 48% pensam que os reguladores norte-americanos fizeram o que deveriam para evitar uma nova crise financeira, face a 42% que olham para o papel desempenhado pelos reguladores como insuficiente.

 

A Bloomberg nota que depois da crise financeira de 2008, de ambos os lados do Atlântico se procedeu a análises à estabilidade dos sistemas financeiros europeu e norte-americano, apesar de nos Estados Unidos se ter ido mais longe, como por exemplo na restrição à capacidade de alavancagem dos  maiores bancos.

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