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Stock da Cunha quer adiar ida ao Parlamento mas presidente da comissão não gostou

A comissão parlamentar de Trabalho queria ouvir Eduardo Stock da Cunha falar sobre despedimentos a 17 de Março. Foi pedido um adiamento. Para uma segunda-feira, dia em que os deputados estão nos círculos eleitorais.

Miguel Baltazar/Negócios
11 de Março de 2016 às 13:41
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Ainda não há data para Eduardo Stock da Cunha ir ao Parlamento falar sobre a saída de 500 trabalhadores do Novo Banco. A data inicialmente proposta não foi aceite pelo presidente do Novo Banco e aquela que Stock da Cunha sugeriu esbarra no programa dos deputados. "É algo que não é normal", diz o presidente da comissão de Trabalho e Segurança Social, que convocou o banqueiro.

 

Começando pelo início: no dia em que foi revelada a intenção de dispensar 1.000 trabalhadores do Novo Banco, 500 através de despedimento colectivo, 500 com base em reformas antecipadas ou rescisões já acordadas, o Partido Socialista fez um requerimento em que pediu a audição de Stock da Cunha e da comissão de trabalhadores. Além disso, eram pedidos documentos que provem a necessidade de redução de pessoal. Posteriormente, a saída de 500 pessoas por despedimento colectivo foi posta de parte, tentando o banco que a saída fosse feita através de um plano de rescisões por mútuo acordo.

 

"Nunca houve resposta da parte do presidente e do conselho de administração do Novo Banco" em relação aos documentos, diz ao Negócios o presidente da comissão de Trabalho e Segurança Social, o deputado social-democrata Feliciano Barreiras Duarte. Da parte do banco, não há resposta oficial mas a ideia na cúpula da instituição financeira é que o processo de rescisões ainda não está fechado, pelo que os documentos só deverão ser entregues depois disso. Há aspectos como a autorização do Ministério do Trabalho, para os trabalhadores poderem ter subsídios de desemprego, que têm feito com que as rescisões se prolonguem mais do que se fosse feito um despedimento colectivo.

 

Já no que diz respeito às audições também não houve uma resposta que agradasse ao presidente da comissão. A data marcada "atempadamente" pela comissão, 17 de Março, foi rejeitada por Eduardo Stock da Cunha. Foi já noticiado que, na segunda semana do corrente mês, estará em curso um "road show" junto de investidores internacionais para tentar vender o banco de transição saído da resolução do Banco Espírito Santo, o que poderá justificar a ausência. 

 

O presidente do banco propôs que a audição, convocada pelo PS e aceite por todos os outros partidos, fosse na segunda-feira 28 de Março. Feliciano Barreiras Duarte, antigo secretário de Estado do Governo de Passos Coelho, não gostou. "É muito estranho quando a data proposta é dia 28, uma segunda-feira, quando os deputados estão nos círculos eleitorais", responde. "É algo que não é normal", dizendo que Stock da Cunha "não percebeu muito bem" que está a lidar com um órgão de soberania.

Por esse motivo, na reunião da comissão de Trabalho e Segurança Social de dia 17 de Março, há dois pontos na ordem de trabalho. Pelas 16:00, será ouvido o presidente da comissão de trabalhadores do Novo Banco. Mas, antes disso, Barreiras Duarte quer que os restantes deputados analisem a resposta à convocatória, nomeadamente a proposta de audição na segunda-feira, em que normalmente não há trabalhos parlamentares pelo facto de que os deputados estão nos círculos pelos quais foram eleitos. 

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