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Société Générale e Crédit Agricole com lucros abaixo do previsto
Numa altura em que se fala de multas pela manipulação das taxas interbancárias, o Société elevou as provisões para custos judiciais. O Crédit Agricole rejeita pagar qualquer coima, porque isso seria reconhecer más práticas.
O Société Générale registou uma subida do resultado líquido no terceiro trimestre, em relação ao mesmo período do ano passado, mas o número não atingiu as estimativas dos economistas. O mesmo aconteceu com o também francês Crédit Agricole.
O Société Générale apresentou um lucro de 534 milhões de euros entre Julho e Setembro deste ano, o que é quase seis vezes superior aos 90 milhões de euros que tinha registado no mesmo período do ano anterior, segundo o comunicado de apresentação de resultados da instituição financeira francesa. No ano anterior, tinha sido prejudicado pela sua unidade grega que vendeu ao banco grego Piraeus.
O lucro do banco gaulês ficou aquém da estimativa de 635 milhões de euros dos economistas compilados pela agência Bloomberg.
Um dos destaques dos resultados do banco é que reconheceu uma provisão de 200 milhões de euros para custos judiciais, embora sem indicar as razões pelas quais criou essa nova provisão.
O “Wall Street Journal” indica que o banco francês admite estar a “cooperar totalmente com as autoridades de investigação” em relação a solicitações feitas por autoridades europeias, norte-americanas e asiáticas no que diz respeito a eventuais manipulações das taxas interbancárias.
Já o Crédit Agricole, accionista do português BES, registou um lucro de 728 milhões de euros, de acordo com o comunicado, abaixo da previsão de 879 milhões de euros da Bloomberg. Ainda assim, o valor sublinha o regresso a terreno positivo, depois do prejuízo de 2.851 milhões no ano anterior, também ele prejudicado pela operação helénica.
Ao contrário do congénere francês, o banco reduziu as provisões no terceiro trimestre e o presidente Jean-Paul Chifflet rejeitou a ideia de pagar qualquer multa devido à acusação de manipulação de taxas, dado que isso seria reconhecer qualquer prática negativa, o que o Crédit Agricole recusa.