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Santander vende 51% do imobiliário do Popular avaliado em 30 mil milhões

Após o aval da Comissão Europeia à compra do Popular, o Santander determinou a venda da carteira de activos imobiliários à americana Blackstone. O rácio de capital melhora.

10.ª Ana Patricia Botín (CEO Santander)
Presidente do Santander, desde 2014, tornou-se das banqueiras mais poderosas. Foi também a primeira mulher a liderar um dos maiores bancos da Zona Euro. Em Junho deste ano tem uma capitalização bolsista superior a 68 mil milhões de euros.
Reuters
08 de Agosto de 2017 às 18:11
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O Santander já não controla o imobiliário do Popular. O banco liderado por Ana Botín (na foto) vendeu 51% do negócio imobiliário, que tem uma avaliação contabilística, sem impacto de imparidades, de 30 mil milhões de euros. O rácio de capital do grupo bancário vai beneficiar com a operação, que avança após a luz verde de Bruxelas.

 

"O Banco Santander comunica que o Banco Popular formalizou com o fundo Blackstone os contratos para a aquisição pelo fundo de 51% e, portanto do seu controlo, do negócio imobiliário do Popular, integrado pelas carteiras de imóveis adjudicados, créditos em incumprimento procedentes do sector imobiliário e outros activos relacionados com esta actividade do Banco Popular e suas filiais (incluindo activos fiscais diferidos) registados em determinadas datas concretas (31 de Março e 30 de Abril de 2017".

 

O negócio, explicado em comunicado ao regulador espanhol do mercado de capitais, passará pela criação de uma sociedade para onde o Popular transferirá este negócio imobiliário que, de acordo com o documento, tem um valor contabilístico bruto de 30 mil milhões de euros. Por comparação, o programa de assistência financeira a Portugal, solicitada em 2011, totalizava 78 mil milhões de euros. Os activos localizados em Espanha valem 10 mil milhões.

Não é dito a que preço acontece esta transacção. 

 

"A gestão do património integrado na sociedade conjunta estará atribuída desde o fim do mês à Blackstone. A operação deverá terminar no primeiro trimestre de 2018 uma vez obtidas as autorizações regulatórias pertinentes e cumpridas as restantes condições habituais neste tipo de transacções a que está sujeita", indica o documento.

 

Como a Blackstone passa a controlar a sociedade com a carteira imobiliária, estes activos não performantes deixam de ser consolidados no balanço do Santander e do Popular. Não há qualquer impacto directo nos resultados, mas o Santander vai beneficiar no rácio de solvabilidade. O Common Equity Tier 1, que mede o peso dos melhores capitais do banco, subirá 12 pontos base.

 

A operação foi concretizada depois de a Comissão Europeia ter dado a luz verde final à operação através da qual o Santander compra o Popular por 1 euro, confirmando que a transacção não tem impacto concorrencial. O Expansión já tinha noticiado que a americana Blackstone suplantara as propostas dos fundos Apollo (dona da Tranquilidade) e Lone Star (compradora de 75% do Novo Banco), também elas sociedades de "private equity", que investem em activos depreciados, que tentam valorizar para vender a preços mais elevados. 

A Blackstone é a empresa que está a vender quatro centros comerciais, tentando encaixar até 900 milhões de euros.

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