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Salgado escreve as suas memórias. “Estou a lutar pela honra de ser quem era”

O antigo líder do Banco Espírito Santo está a escrever as suas memórias. À Bloomberg, Ricardo Salgado afirma que está a “lutar pela honra de ser quem era e pela honra da minha família”.

13 de Julho de 2017 às 09:02
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Ricardo Salgado está a escrever as suas memórias e rejeita ter culpa pelo facto do Banco Espírito Santo ter sido alvo de uma medida de resolução no Verão de 2014. "Estou a lutar pela honra de ser quem era e pela honra da minha família", afirmou Salgado em declarações enviadas por email à Bloomberg.

A família de Ricardo Salgado detinha cerca de 20% do banco até que a instituição foi alvo de uma medida de resolução. "Pedir desculpa teria sido a fórmula mais fácil de me libertar publicamente da responsabilidade. Acho que tenho a responsabilidade de lutar para que a verdade seja reposta", acrescentou.


Centenas de pequenos investidores perderam as suas poupanças depois de terem sido encorajados a investir em instrumentos de dívida do grupo Espírito Santo.


Apesar de Salgado achar que não tem de pedir desculpa, Ricardo Ângelo, que lidera a Associação "Os Indignados e Enganados do Papel Comercial" (AIEPC), não partilha desta visão. "Todos eles deviam pedir desculpa; os clientes foram enganados", disse, citado pela Bloomberg. "A principal responsabilidade é de Ricardo Salgado e, em segundo, a resolução foi mal gerida e sofremos com isso. Nunca deveria ter acontecido", acrescentou.

Ricardo Salgado, de acordo com a mesma fonte, quando não está a preparar a sua defesa, passa parte dos seus dias a escrever as suas memórias, a ler e a com família. Assume que a "inveja" pode ser, em parte, responsável pela queda do grupo.

"Hoje não tenho dúvidas que a história que diz que eu dominei tudo foi criada com o objectivo de me atacarem", afirmou Ricardo Salgado, citado pela agência.

O fim do BES

Foi a 3 de Agosto que 2014 que o Banco de Portugal determinou o fim do BES e transferência de grande parte da operação para o então criado Novo Banco. A intervenção no BES, explicou na altura Carlos Costa, Governador do Banco de Portugal, deveu-se ao agravamento da situação da instituição. E revelou mesmo que havia risco de incumprimento das suas obrigações. Havia que intervir porque existia o risco sistémico.

O Novo Banco foi capitalizado pelo fundo de resolução e sem os activos tóxicos. "O conselho de administração Banco de Portugal deliberou hoje aplicar ao BES uma medida de resolução. A actividade e património serão transferidos para um banco novo, designado Novo Banco, devidamente capitalizado e expurgado de activos problemáticos", disse o Governador do Banco de Portugal na época.

Quase três anos depois, há um acordo para a venda do Novo Banco à Lone Star. O processo deverá estar concluído no último trimestre do ano.

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