Rita Barosa trabalhou no BES durante 18 anos e, no final desse período, iria entrar na administração do banco. Mas não houve uma "consulta prévia". Só soube desse convite "momentos antes" de ele ser comunicado ao público.

"A inclusão do meu nome na lista [da proposta para o conselho de administração que iria suceder à equipa de Ricardo Salgado] não foi objecto de qualquer consulta prévia por qualquer um dos administradores da Espírito Santo Financial Group", indicou a antiga directora e assessora do BES na comissão parlamentar de inquérito à gestão do BES e do GES.

Rita Barosa foi indigitada para administradora ao lado de Amílcar Morais Pires, entre outros, nomeadamente Isabel Almeida, a equipa que iria suceder ao conselho de administração presidido por Ricardo Salgado no Verão de 2014.

Tal como Isabel Almeida, também Rita Barosa afirmou que só teve conhecimento de ser um nome da nova administração "momentos antes da sua divulgação".

"Vi nessa indicação o reconhecimento do trabalho desenvolvido ao longo de 18 anos. Não deixei de considerar essa proposta como uma avaliação positiva do meu trabalho e do meu percurso profissional", disse a antiga funcionária do banco, de onde saiu no final de Setembro de 2014, já com a instituição financeira enquanto Novo Banco.

Rita Barosa trabalhou no BES sob a tutela de Morais Pires excepto durante dois anos e meio em que esteve na gestora de fundos ESAF, encontrando-se aí sob um pelouro dirigido por Ricardo Salgado. "Acredito que era uma pessoa da confiança pessoal, do ponto de vista profissional, do Dr. Ricardo Salgado. Acreditava naquele que era o meu trabalho", concluiu, em resposta ao deputado social-democrata Pedro Alves.

Amílcar Morais Pires acabou por não chegar a CEO do BES nem a sua equipa de administração. Vítor Bento foi quem acabou por suceder a Ricardo Salgado