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Ricciardi quer lançar reconstrução do grupo Espírito Santo

O ex-presidente do BESI e primo de Ricardo Salgado, que assume ter sido "ingénuo" e se arrepende de ter confiado "em certas pessoas", diz que o relançamento do grupo familiar terá de acontecer "brevemente".

Miguel Baltazar
Negócios 19 de Janeiro de 2017 às 14:23
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O antigo presidente do Banco Espírito Santo de Investimento (BESI) e do Haitong Bank em Portugal admite relançar o Grupo Espírito Santo em breve e reconhece ter sido "ingénuo" ao não antecipar a derrocada da organização antes do Verão de 2014.

"Vou tentar se tiver ainda alguns anos de vida. Construir não vou conseguir fazer, sejamos realistas, mas lançar a construção. (…) O nome Espírito Santo era a melhor marca da banca portuguesa", diz José Maria Ricciardi, em declarações ao Jornal Económico.

Ricciardi, que em meados de Dezembro se demitiu da liderança em Portugal do Haitong Bank (entidade que comprou o BESI) para desenvolver "actividades profissionais de índole diferente das actuais", afirma que "ainda é possível" reerguer o grupo, antevendo "grandes dificuldades."

"Será brevemente, não posso ainda adiantar como. Terá que ser brevemente", reforça, avaliando que o mercado nacional não tem mercado para mais que três grandes bancos.

Acrescenta ter "condições, conhecimentos e vontade" para ser banqueiro em Portugal e na Europa, lamentando não ter conseguido transformar o BESI num banco de investimento global: "Fiquei a meio caminho nesse processo."

Em declarações gravadas ao longo de cerca de sete minutos, o primo de Ricardo Salgado assume ter sido "ingénuo" no período que antecedeu a crise no grupo Espírito Santo, ao não ter antecipado os acontecimentos por "ter confiado em certas pessoas."

"Um pouco de ingenuidade. Uma visão um bocado optimista do carácter das pessoas. Fiquei absolutamente estupefacto (…) com aquilo que fui-me apercebendo já relativamente tarde sobre o comportamento de certas pessoas e sobre o que elas são capazes de fazer por causa do dinheiro," afirma, sempre sem indicar nomes.

"Sou uma pessoa muito boa com os números, mas às vezes os sentimentos causam-me problemas com números. (…) A hipocrisia é muito maior do que aquela que eu pensava das pessoas e do dinheiro. E não sou de esquerda," defende.

Finalmente, quando o questionado sobre o que pensa do "optimismo" em torno da "geringonça", respondeu ter "algum receio que esta onda de optimismo iluda as pessoas e não as prepare mais uma vez para enfrentar dificuldades".

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