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Ricardo Salgado: Banco de Portugal "não reúne condições de imparcialidade e isenção"
O ex-presidente do BES confirma que foi "notificado de uma acusação num processo de contra-ordenação", adiantando que esta "será em sede própria contestada".
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Ricardo Salgado reagiu este sábado à notícia do Expresso que dá conta que é um dos 15 ex-gestores do BES acusados pelo Banco de Portugal de gestão ruinosa e falsas informações.
Num comunicado enviado à imprensa, o ex-presidente do BES confirma que "foi notificado de uma acusação num processo de contra-ordenação, que será em sede própria contestada", acrescentando que "o Banco de Portugal não reúne condições de imparcialidade e isenção para fazer qualquer julgamento sobre o caso BES".
Salgado repete que "o Banco de Portugal é uma entidade com graves responsabilidades pelo desfecho ruinoso que constituiu a destruição do BES" e "ao contrário das entidades que têm vindo a utilizar os meios de comunicação social para construir um processo, o Dr. Ricardo Salgado utilizará, nas instâncias próprias, todos os mecanismos do Estado de Direito com vista à reposição da verdade".
Segundo o Expresso, o Banco de Portugal acusou 15 gestores do BES de gestão ruinosa e falsas informações com dolo, sendo que o supervisor tem provas documentais de que Ricardo Salgado ordenou que a contabilidade da ESI fosse alterada.
Segundo o semanário, este é o primeiro processo concluído dos vários abertos pelo BdP relativamente ao colapso do BES e do Grupo Espírito Santo (GES). O objectivo, neste caso, era "perceber de que forma a colocação de papel comercial da ESI [Espirito Santo Internacional] e da Rioforte junto de clientes entre Dezembro de 2011 e Dezembro de 2013 teria prejudicado o BES em termos materiais ou reputacionais".
De acordo com o Expresso, Ricardo Salgado enfrenta acusações de prática de actos dolosos de gestão ruinosa. Acrescenta ainda o semanário que o supervisor tem provas documentais de que Salgado ordenou que a contabilidade da ESI fosse alterada, o que, neste caso, "mostra que Salgado, por exemplo, terá mentido na comissão parlamentar de inquérito".