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Relatório da CGD responsabiliza equipa de Santos Ferreira pela maioria das perdas

O relatório preliminar da comissão parlamentar de inquérito à gestão da CGD atira para a administração de Santos Ferreira as maiores perdas registadas pelo banco estatal.

Pedro Simões
15 de Julho de 2019 às 12:23
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O relatório preliminar da comissão parlamentar de inquérito à gestão da Caixa Geral de Depósitos (CGD), entre 2000 e 2015, afirma que a maioria das perdas do banco estatal foi registada no período em que o banco estatal foi liderado por Carlos Santos Ferreira. 

"Pelo que foi apurado, a maioria das perdas teve origem nos anos do mandato da administração liderada por Santos Ferreira", lê-se no relatório preliminar elaborado pelo deputado relator, o centrista João Almeida, e apresentado esta segunda-feira no Parlamento.

O deputado conclui ainda que o "vice-presidente Maldonado Gonelha, os administradores Armando Vara e Francisco Bandeira tiveram, segundo os trabalhos da comissão, intervenção direta nos créditos mais problemáticos". 

Para João Almeida, com base nas dezenas de audições que se realizaram desde março, houve um problema de gestão na Caixa. "Foi evidente, nesta comissão, que a CGD não foi gerida de forma sã e prudente, na concessão de vários dos créditos analisados", afirma. 

 

Isto porque a Caixa "colocou-se várias vezes numa situação em que ficou refém de si própria, credora e acionista dos mutuários, o que condicionava os seus direitos nos casos de insolvência".

No mesmo documento, o deputado centrista apontou várias falhas de supervisão ao Banco de Portugal. Quanto ao papel do Governo, este diz ter havido "absentismo", sobretudo em casos polémicos como foi o caso do financiamento à La Seda Barcelona e a fábrica de Sines.  

 

"Foi apurado que as intervenções do Governo nos casos em análise, foi muitas vezes comedida e refreada, tendo sido invocadas razões legais e do princípio de independência da CGD. Tal não justifica, porém, o absentismo perante o conhecimento de problemas - não existem provas que os relatórios trimestrais enviados para a tutela/acionista – com alertas e avisos -, assim como os Relatórios e Contas, tenham tido alguma consequência na atuação do acionista único antes de 2012", escreve. 

"Não há dúvidas que existiram contactos sobre casos concretos, e que o apoio governamental foi invocado por particulares", nota. Ainda assim "não se obteve provas ou testemunhos concordantes de que as intervenções de membros do Governo tenham extravasado o exercício legítimo". 

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