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Duarte Pacheco: Houve gestão "danosa e criminosa" na CGD

Os partidos, da esquerda à direita, consideram que a segunda comissão parlamentar de inquérito ajudou a perceber o que é que aconteceu no banco estatal, e na sua gestão, entre 2000 e 2015.

Bruno Simão
15 de Julho de 2019 às 13:09
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Duarte Pacheco, deputado do PSD, considera que os trabalhos da segunda comissão parlamentar de inquérito (CPI) à gestão da Caixa Geral de Depósitos (CGD) ajudaram a chegar à conclusão de que houve uma gestão "danosa e ruinosa" no banco estatal. 

 

"Aquilo que aconteceu na CGD causa perplexidade para todos nós", afirma Duarte Pacheco na apresentação do relatório preliminar da CPI da CGD, notando que houve "falhas do acionista e da supervisão". E que a crise financeira "não justifica tudo".

 

Neste sentido, o deputado nota que os trabalhos da CPI ajudaram o "país a perceber comportamentos incorretos". E que não houve uma "gestão sã e prudente" do banco, mas sim "danosa e criminosa. O que é de lamentar".

Além do PSD, também os outros partidos, da esquerda à direita, não poupam elogios aos trabalhos desta segunda comissão. Isto apesar de todas as limitações com que se depararam, incluindo várias perguntas que ficaram por responder. 

 

João Paulo Correia, do PS, diz mesmo que esta comissão foi "mais longe" do que outras iniciativas, não só na banca como noutras áreas analisadas em comissões de inquérito. Ainda assim, relembra que "não nos substituímos a um tribunal".

 

"É de extraordinária relevância que este relatório seja muito factual", isto porque, como todos os outros, será enviado à Procuradoria-Geral da República.

 

Já Mariana Mortágua, deputada do Bloco de Esquerda, afirma que o relatório preliminar é "muito equilibrado e factual" e que concorda "com quase todas as conclusões". E partilha "do balanço positivo desta comissão de inquérito".

 

"É preciso perceber que a CGD é fruto do seu tempo. E com isto não quer dizer que vamos desculpar a CGD, mas é preciso fazer uma análise crítica do contexto", afirma Mortágua, realçando que é o fruto do "falhanço da autorregulação" e que o acompanhamento do Banco de Portugal foi "negligente, burocrático, feito pela rama, não foi onde devia ter ido e tinha elementos para ir".

Também João Almeida, deputado do CDS e relator do relatório, concorda que "durante os trabalhos desta comissão, verificaram-se importantes desenvolvimentos e ações do setor financeiro no sentido de recuperar os montantes em dívida". E continua: "não é modéstia, mas acho que esta comissão pode arrogar-se o facto de ter contribuído para essa coincidência".

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