Notícia
Ex-administradores da CGD já entregaram queixa contra auditoria da EY na CMVM
São, ao todo, cinco os ex-gestores da CGD que entregaram esta segunda-feira uma queixa contra a auditoria da EY à gestão do banco estatal, entre 2000 e 2015.
Os ex-administradores da Caixa Geral de Depósitos (CGD) já entregaram uma queixa contra a auditoria da EY ao banco estatal à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), uma informação que foi avançada pelo Expresso e confirmada pelo Negócios. O objetivo é que o regulador avalie os erros que os gestores dizem existir nesta análise da auditora à gestão da Caixa entre 2000 e 2015.
A queixa foi entregue à entidade liderada por Gabriela Figueiredo Dias esta segunda-feira por cinco ex-administradores do mandato de Faria de Oliveira no banco estatal, entre 2008 e 2010. Segundo avança o Expresso, foi subscrita pelo ex-presidente da Caixa, mas também por Norberto Rosa, Jorge Tomé, Francisco Bandeira e José Araújo e Silva.
Pedro Cardoso deverá agir apenas judicialmente e Rodolfo Lavrador, que ainda integra os quadros do banco público, deverá ficar de fora desta iniciativa.
Esta participação foi agora enviada à CMVM com um conjunto de anexos que revelam vários dos erros detetados pelos gestores no relatório. Falta ainda saber se caberá ao regulador avaliar este caso, uma vez que a auditoria foi feita pela consultora EY e não pela auditora com o mesmo nome. "Fizemos o pedido, esperamos pela avaliação" e "se a CMVM disser que não a pode fazer tiramos daí as devidas conclusão", disse um dos subscritores ao Expresso, adiantando que "se assim for trata-se de uma auditoria que fica desvalorizada já que foi feita por uma entidade não habilitada".
Foi em maio que o jornal avançou que vários ex-administradores da CGD iriam avançar com uma participação contra a EY, que realizou uma auditoria aos atos de gestão no banco entre 2000 e 2015. Um documento que foi alvo de várias críticas ao longo dos três meses da comissão de inquérito à gestão da Caixa.
Eduardo Paz Ferreira foi um dos que considerou o relatório "insuficiente e descuidado". Para o ex-presidente da comissão de auditoria da CGD, essa auditoria "não favorece a constituição dos factos, incorrendo em contradição grave sobre a atuação dos órgãos de fiscalização". No relatório da EY, concluiu-se que houve "falta de efetividade da ação do órgão de fiscalização no período".
Também Carlos Santos Ferreira, antigo presidente da CGD, disse que o documento é "factual", mas "factualmente infeliz". Isto porque tem "dados omissos, errados e contraditórios" e uma "apresentação pouco cuidada e pouco profissional". Importa recordar que o relatório da EY aponta Santos Ferreira como um dos presidentes da Caixa que mais créditos ruinosos aprovou.
Não foi, porém, o único ex-presidente a "atacar" as conclusões da auditoria. Faria de Oliveira afirmou que o relatório está "enviesado" e "viciado em várias das suas ilações", além de apresentar "falhas de obtenção de informação em vários dados e conclusões". Já Francisco Bandeira, ex-vice-presidente do banco, disse "tratar-se de um relatório inconsistente e pouco rigoroso", que "não identifica adequadamente as razões de fundo". É "enviesado", "limitado", "pouco profissional e tendencioso".
(Notícia atualizada às 10:30 com mais informação)
A queixa foi entregue à entidade liderada por Gabriela Figueiredo Dias esta segunda-feira por cinco ex-administradores do mandato de Faria de Oliveira no banco estatal, entre 2008 e 2010. Segundo avança o Expresso, foi subscrita pelo ex-presidente da Caixa, mas também por Norberto Rosa, Jorge Tomé, Francisco Bandeira e José Araújo e Silva.
Esta participação foi agora enviada à CMVM com um conjunto de anexos que revelam vários dos erros detetados pelos gestores no relatório. Falta ainda saber se caberá ao regulador avaliar este caso, uma vez que a auditoria foi feita pela consultora EY e não pela auditora com o mesmo nome. "Fizemos o pedido, esperamos pela avaliação" e "se a CMVM disser que não a pode fazer tiramos daí as devidas conclusão", disse um dos subscritores ao Expresso, adiantando que "se assim for trata-se de uma auditoria que fica desvalorizada já que foi feita por uma entidade não habilitada".
Foi em maio que o jornal avançou que vários ex-administradores da CGD iriam avançar com uma participação contra a EY, que realizou uma auditoria aos atos de gestão no banco entre 2000 e 2015. Um documento que foi alvo de várias críticas ao longo dos três meses da comissão de inquérito à gestão da Caixa.
Eduardo Paz Ferreira foi um dos que considerou o relatório "insuficiente e descuidado". Para o ex-presidente da comissão de auditoria da CGD, essa auditoria "não favorece a constituição dos factos, incorrendo em contradição grave sobre a atuação dos órgãos de fiscalização". No relatório da EY, concluiu-se que houve "falta de efetividade da ação do órgão de fiscalização no período".
Também Carlos Santos Ferreira, antigo presidente da CGD, disse que o documento é "factual", mas "factualmente infeliz". Isto porque tem "dados omissos, errados e contraditórios" e uma "apresentação pouco cuidada e pouco profissional". Importa recordar que o relatório da EY aponta Santos Ferreira como um dos presidentes da Caixa que mais créditos ruinosos aprovou.
Não foi, porém, o único ex-presidente a "atacar" as conclusões da auditoria. Faria de Oliveira afirmou que o relatório está "enviesado" e "viciado em várias das suas ilações", além de apresentar "falhas de obtenção de informação em vários dados e conclusões". Já Francisco Bandeira, ex-vice-presidente do banco, disse "tratar-se de um relatório inconsistente e pouco rigoroso", que "não identifica adequadamente as razões de fundo". É "enviesado", "limitado", "pouco profissional e tendencioso".
(Notícia atualizada às 10:30 com mais informação)