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PS usa audição de Nogueira Leite para atacar plano de Gaspar para a CGD

"Foi a insuficiência" da capitalização determinada em 2012 que "levou a que a Caixa registasse prejuízos acumulados" até 2016, disse o socialista João Paulo Correia, atirando farpas ao Executivo PSD/CDS. 

Bruno Simão
08 de Março de 2017 às 21:17
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No final da audição de António Nogueira Leite (na foto), convidado por Passos Coelho para vice-presidente da Caixa Geral de Depósitos em 2011, o Partido Socialista usou as suas declarações para atacar o plano de capitalização definido por Vítor Gaspar para o banco público em 2012.

 

"Foi a insuficiência dessa capitalização [de 1.650 milhões de euros] que levou a que a Caixa registasse prejuízos acumulados", declarou, aos jornalistas, João Paulo Correia esta quarta-feira, 8 de Março. 

 

Segundo o deputado socialista, "a capitalização foi a maior razão que levou" aos prejuízos reportados pelo banco público no período e que culminaram na necessidade de uma nova capitalização, desta vez de 5.160 milhões de euros, acordada em 2016 e a concretizar em 2017. 

 

Na audição, Nogueira Leite, vice-presidente entre Julho de 2011 e Dezembro de 2012, considerou que a capitalização feita em Junho de 2012 foi "insuficiente", não permitindo obter resultados positivos nos anos seguintes. Esse foi, aliás, o motivo que conduziu à sua demissão, em Dezembro de 2012. O plano foi definido pelo accionista Estado mas em diálogo com as instituições credoras (FMI/Comissão Europeia/BCE), tendo em conta que a entrada da troika tinha ocorrido um ano antes. 

 

O PS passa, assim, a responsabilidade pelos problemas na CGD para o anterior Governo PSD/CDS. Estes partidos têm respondido com o ambiente inédito de baixas taxas de juro na Zona Euro, que acabou por pressionar o banco público, que tem um balanço estático e que está mais exposto a esta realidade. 

 

Questionado sobre se esta seria já uma conclusão que iria constar do relatório final, da autoria do socialista Carlos Pereira, o coordenador dos deputados do PS admitiu que sim, acrescentando que o depoimento de Nogueira Leite é "valioso". 

 

João Paulo Correia quis, igualmente, atacar o Governo anterior porque, segundo disse, "intrometeu-se" na CGD ao dar indicações à gestão de José de Matos para a venda da participação de 9,6% na Cimpor, como relatou Nogueira Leite. 

 

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