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Oposição quer explicações de Cavaco e chama com urgência Portas a inquérito ao BES
O PS, o PCP e o BE reagiram ao facto de Ricardo Salgado ter tido dois encontros com o Presidente da República e um com Paulo Portas, desconhecidos até aqui. Chamam com urgência o vice-primeiro-ministro e querem respostas de Cavaco.
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Ao mesmo tempo que a audição de José Honório decorria esta quinta-feira, 29 de Janeiro, os partidos da oposição fizeram chegar aos jornalistas as reacções à carta enviada por Ricardo Salgado em que anunciou que, dos encontros com políticos, esteve duas vezes – e não apenas uma – com Cavaco Silva e uma com Paulo Portas – o que até aqui não era do conhecimento público.
O Partido Socialista quer mais explicações dos órgãos titulares de cargos públicos que falaram sobre o BES e que se sabe depois da missiva de Ricardo Salgado que estiveram em vários encontros com Ricardo Salgado.
O Bloco de Esquerda escreveu um requerimento em que menciona as declarações públicas de várias personalidades, entre as quais a do próprio Presidente da República. Daí que a deputada Mariana Mortágua pergunte "qual o teor das reuniões" e "qual a natureza da presença do Presidente da República".
"Que tipo de apoio foi solicitado ao Presidente da República e quais as diligências efectuadas nesse âmbito?", questiona o Bloco de Esquerda, acrescentando uma pergunta sobre que conhecimentos tinha sobre a garantia estatal angolana ao BES Angola – Salgado havia dito que tinha dito uma reunião com Cavaco Silva sobre esse tema.
PCP quer vinda "urgente" de Portas
O PCP também tem perguntas ao Chefe de Estado sobre estas conversas tidas entre Cavaco Silva e Ricardo Salgado.
Por sua vez, o deputado comunista Miguel Tiago solicita ainda a "vinda urgente" de Paulo Portas. O vice-primeiro-ministro é uma das mais de 100 personalidades convocadas para a comissão parlamentar de inquérito. Mas ainda não estava calendarizada – nenhum dos partidos, até aqui, achou que era essencial ouvir.
Isso mudou agora que se sabe que Ricardo Salgado também esteve reunido com o número dois do partido. Daí que o PCP peça a audição "urgente".
Os titulares de órgãos públicos podem prestar declarações perante os deputados ou podem optar por responder por escrito.