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O truque de magia do RBS para escapar aos impostos
O Royal Bank of Scotland recorreu a métodos controversos de financiamento de filmes como a saga Harry Potter para obter benefícios fiscais, revela a Bloomberg.
O Royal Bank of Scotland (RBS) investiu nos filmes do Harry Poter, do Batman, no Tróia e Charlie e a Fábrica de Chocolate. O objectivo era obter benefícios fiscais com investimentos sem riscos, conta a Bloomberg. O banco utilizou meios legais mas controversos para obter um alívio de mil milhões de libras em impostos (1,3 mil milhões de euros), revela a agência de notícias.
Os investimentos, que permitiram ao RBS evitar ou adiar o pagamento de impostos no valor de mais de mil milhões de libras, decorreram entre 1998 e 2007, relata a agência de notícias. Em 1997, o governo britânico introduziu benefícios fiscais para incentivar o investimento na indústria cinematográfica, que se revelaram ser mais benéficos para as empresas que procuravam evitar impostos do que para o desenvolvimento da cultura, refere a Bloomberg.
Uma das formas de investimento mais usada, e aplicada pelo RBS, era o "sale and lease back" de filmes. Ou seja, as produtoras vendiam os direitos do filme ao investidor – neste caso o RBS – e depois voltavam a alugá-los ao novo proprietário para controlar a distribuição. Em troca, os estúdios acordavam pagar um rendimento anual durante 15 a 20 anos ao banco, independentemente do sucesso do filme.
Um investimento sem riscos para o RBS, que permitia ao banco adiar o pagamento de impostos e aumentar a liquidez disponível. O caso é particularmente benéfico para o RBS, que, com prejuízos desde 2008 e alvo de um resgate público, não paga estas taxas deste então, refere a agência de notícias.
Em 2007, quando a legislação foi alterada, o banco deixou de realizar este tipo de negócios, indicou uma porta-voz do RBS à Bloomberg. Até lá cumpriu sempre as regras e trabalhou com as autoridades para pagar os impostos devidos, assegura a porta-voz. Segundo a Bloomberg, pelo menos 10 destes negócios foram alvos de investigações.
As acções do RBS estão a valorizar 1,42% para 249,80 pences, pela segunda sessão consecutiva.