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Nuno Amado: Preços e procura indiciam sucesso "muito importante" do aumento de capital do BCP
O presidente executivo do BCP, Nuno Amado, está "optimista" quanto ao aumento de capital do banco, afirmando que a evolução dos preços e da procura são indícios de que a operação vai ter um sucesso muito importante.
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"Em termos de evolução do preço dos direitos e a evolução do preço da acção, penso que está a correr bem. Com o aumento de capital a nova acção vai ser emitida a 6,5 cêntimos e hoje está acima dos 10 cêntimos, ou seja, está claramente acima e isso é um indicador de que temos condições para ser muito optimistas em relação ao aumento de capital, porque os preços e a procura assim o diz", disse Nuno Amado.
O presidente da comissão executiva do maior banco comercial português reforçou que se vê pela evolução do preço dos direitos "que já não há mais para transaccionar" e pelo preço da acção que "existem claramente indícios de que a operação vai ter um sucesso muito importante".
Nuno Amado falava à margem da sessão de encerramento das Jornadas Empreendedorismo Agrícola "Cultivar o Futuro", uma iniciativa conjunta do Millennium BCP, Jornal de Notícias e Diário de Notícias.
"Num momento de enorme turbulência por razões que não são nossas, estamos muito optimistas e crentes que com este aumento de capital conseguimos antecipar o pagamento dos empréstimos ao Estado português", disse Nuno Amado, durante a sua intervenção, referindo-se à crise que está a afectar o Grupo Espírito Santo e aos impactos que a mesma está a provocar no sistema financeiro português.
Apesar dessa turbulência, Nuno Amado frisa que o aumento de capital permitirá ainda "reganhar uma total independência" e "antecipar o plano de reestruturação [aprovado pela Comissão Europeia em 2013] com as autoridades portuguesas e as autoridades europeias de 2017 para 2016".
Em declarações à Lusa à margem do evento, Nuno Amado lembrou que as últimas ordens para o aumento de capital entram na 6.ª feira, seguindo-se a liquidação na próxima semana.
"Logo a seguir faremos o pedido adequado de repagamento do que dissemos que íamos pedir, que é mais um 1.850 milhões de euros [de obrigações convertíveis (CoCos)] para na totalidade pagarmos este ano 2.250 milhões de euros e ficarmos com o problema em larga medida resolvido", disse.
Durante a sua intervenção, o presidente executivo do BCP aproveitou a ocasião para frisar que "o banco está em transformação e num momento de virar de página" e afirmou que o aumento de capital foi um "passo que foi dado quando podia ter sido dado" e que "mostra que o banco já passou a fase mais difícil do seu processo de ajustamento".
"Acredito que o banco, que está baseado na proximidade aos clientes, na independência e na qualidade das nossas equipas e que tem uma clara identificação do que são os valores certos e os que não são os correctos, vai conseguir recolocar-se ao serviço da economia de Portugal e das economias onde estamos presentes, fazendo as coisas certas", sublinhou.
A 24 de Junho, o BCP anunciou o aumento do seu capital social em aproximadamente 2.250 milhões euros, através de uma Oferta Pública de Subscrição (OPS).
A OPS de aumento de capital está "reservada a accionistas no exercício dos respectivos direitos de preferência e demais investidores que adquiram direitos de subscrição, com a consequente emissão de 34.487.542.355 novas acções ordinárias, escriturais e nominativas, sem valor nominal".
O preço de subscrição foi fixado em 0,065 euros por cada acção, de acordo com um rácio de sete novas acções ordinárias por cada quatro acções ordinárias detidas.
O preço de subscrição representa um desconto de aproximadamente 34% face ao preço de fecho das acções BCP na Euronext Lisbon em 24 de Junho de 2014.