Outros sites Medialivre
Notícias em Destaque
Notícia

Novo Banco tranquilo com eleições desde que "conversas sobre IPO não sejam afetadas"

O CEO do banco não deu importância a uma possível mudança de Governo desde que sejam seguidas "políticas conservadoras e sólidas".

Alexandre Azevedo
  • ...

O CEO do Novo Banco, Mark Bourke, desvalorizou uma eventual mudança de Governo, numa altura em que tudo aponta para que a moção de confiança do Executivo social democrata seja chumbada.

"O principal ponto não é que haja uma mudança de Governo, independentemente do PSD ou PS, o importante é que adiram a políticas sólidas e conservadoras", disse o presidente executivo do banco numa "conference call" com analistas relativamente aos resultados do ano passado e "guidance" para 2025. Mark Bourke referiu ainda esperar que "as conversas sobre IPO não sejam afetadas".

O Novo Banco revelou esta quinta-feira lucros de 744,6 milhões de euros em 2024, num aumento residual face ao ano anterior (743 milhões). O resultado é, ainda assim, um recorde na história da instituição financeira. A desaceleração face aos aumentos expressivos nos últimos anos fica a dever-se, em parte, a custos de 62,7 milhões de euros relacionados com o fim antecipado do acordo de capital contingente (CCA, na sigla inglesa). 

O processo de colocar até 30% do capital do Novo Banco em bolsa, já anunciado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), será coordenado com os acionistas, incluindo o Fundo de Resolução e o Estado português, e deverá ocorrer em junho ou setembro. O banco já selecionou o Bank of America, o Deutsche Bank e o JPMorgan para liderarem os preparativos da entrada em bolsa, segundo fontes citadas pela Bloomberg.

No entanto, a venda direta continua a não estar totalmente afastada. Os CEO das principais instituições financeiras que operam em Portugal nunca colocaram de parte o cenário de compra e recentemente a Caixa Geral de Depósitos admitiu que a operação poderia fazer sentido, mediante condições que não revelou.

Até lá, o Novo Banco promete distribuir um total de 3,5 mil milhões de euros em dividendos nos próximos três anos. O valor, explicou Mark Bourke, resulta da soma de três parcelas: dividendos de 225 milhões de euros de dividendos relativos ao resultado de 2024 e que serão pagos previsivelmente até ao final deste mês; 1,1 mil milhões que vai entregar assim que tenha autorização do Banco Central Europeu, o que deverá acontecer "nas próximas semanas ou meses"; e adicionalmente 2,2 mil milhões de euros em três anos - valor que consta do "guidance" do banco.

Ver comentários
Saber mais Eleições Política novobanco mark bourke
Outras Notícias
Publicidade
C•Studio