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Novo Banco espera 390 milhões na venda de 9.000 imóveis

O Novo Banco acordou a alienação da carteira de imóveis à americana Anchorage com um desconto de 45% face ao valor contabilístico. Com os activos imobiliários vão também 30 trabalhadores da instituição financeira.

Miguel Baltazar/Negócios
10 de Outubro de 2018 às 16:41
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O Novo Banco acredita que poderá receber, com a venda de uma carteira de quase 9.000 imóveis, um total de 388,9 milhões de euros. Um número que representa, ainda assim, um desconto de cerca de 45% face ao valor contabilístico bruto do portefólio. 

 

"O Novo Banco estima receber 388,9 milhões de euros no contexto do Projeto Viriato", indica um comunicado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) esta quarta-feira, 10 de Outubro.

O comprador é, como noticiado pela Bloomberg, a americana Anchorage Capital Group, ou, mais precisamente, são compradores alguns fundos geridos por esta sociedade de investimento sediada em Nova Iorque.

 

Embora esteja "dependente da carteira final de activos a alienar", que poderá ainda sofrer alterações, o valor final a receber pelo banco sob o comando de António Ramalho (na foto) corresponde a um desconto face ao valor bruto contabilístico: 716,7 milhões. Não foi divulgado o valor líquido destes activos, ou seja, já depois de constituídas imparidades, pelo que não é claro qual o impacto no banco da operação, nem se estes activos estão cobertos pelo mecanismo de capital contingente - que poderá chamar o Fundo de Resolução para cobrir necessidades criadas pela sua venda. 

 

Para já, o contrato-promessa de compra e venda entre o Novo Banco e os fundos da Anchorage aponta para a transacção de "8.726 propriedades com usos residencial, incluindo estacionamentos, industrial, comercial e terrenos". Metade dos activos imobiliários é residencial, sendo que os restantes se dividem em imóveis comerciais e terrenos.

 

30 trabalhadores transferidos

A Lace Investment Partners, constituída este ano, e que é gerida por Bernardo Pinto Basto, Inês Santos Silva e Pedro Reforço (todos vindos da Norfin), vai agora fazer a gestão da carteira comprada pela Anchorage, após a concretização da venda, juntamente com uma "equipa de ‘servicers’, sendo que "irão incorporar nos seus quadros até 30 colaboradores do Novo Banco", adianta o banco. 

 

A concretização do Projecto Viriato deverá ter lugar até ao final do ano, antecipa a instituição presidida por António Ramalho. A Bain Capital e a Arrow Global tinham sido convidadas a fazer propostas, mas não é claro se as fizeram ou se acabaram por desistir do processo, tendo em conta os prazos em causa.  

 

"Esta transacção representa mais um importante passo no processo de desinvestimento de activos não estratégicos do Novo Banco, prosseguindo este a sua estratégia de foco no negócio bancário", conclui o banco, repetindo uma frase que coloca em todos os comunicados. O Novo Banco está obrigado, devido aos compromissos assumidos com a Comissão Europeia na venda de 75% do seu capital à Lone Star e manutenção de 25% no Fundo de Resolução, a desfazer-se de activos tóxicos e a centrar a sua actividade no negócio bancário na Península Ibérica, sobretudo Portugal.

 

A venda da carteira de imóveis é uma das duas operações que a gestão de António Ramalho quer concluir até ao final do ano. A outra é a de crédito malparado, o chamado Project Nata, num total de 1,75 mil milhões de euros, em duas parcelas distintas.

 

Os trabalhos inserem-se na limpeza e recuperação que a instituição está ainda a fazer. No primeiro semestre, o prejuízo foi de 231 milhões de euros, sendo que foi penalizado ainda por imparidades e provisões de 248 milhões. 

 

(Notícia actualizada com mais informações às 16:51)

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