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António Ramalho: “Dedico dois terços do meu tempo às empresas”

O presidente do Novo Banco aponta que “o banco que quer reconstruir” precisa de ouvir e aprender com os clientes empresariais, que constituem a maior fatia do negócio desta instituição financeira.

24 de Outubro de 2018 às 13:00
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Ter dois terços do activo aplicado em empresas é uma "particularidade" do Novo Banco, "herdeiro das boas tradições do BES", em relação aos concorrentes e algo que orgulha António Ramalho e marca o dia-a-dia do gestor. "Quando acordo, dedico dois terços do meu tempo às empresas. E dentro das empresas, focar nas exportadoras e nas internacionalizadas é um objectivo importante", resumiu.

Num discurso durante a cerimónia de entrega dos Prémios Exportação & Internacionalização, que desde 2011 distinguiram mais de 130 empresas, o presidente do Novo Banco lamentou que no sector ainda haja alguma "falta de entrosamento e capacidade de ir com os clientes descobrir quais são os passos seguintes de desenvolvimento" das empresas, referindo que essa é amissão dos comerciais da instituição que dirige.

 

"O que espero que exijam do banco que queremos reconstruir, é um banco que não vem dizer como se faz, mas um banco que quer ouvir para ser parceiro e para aprender a fazer convosco", acrescentou Ramalho, lembrando que o Novo Banco "saiu de um processo de sobrevivência para um de reconstrução". E mostrando-se "optimista" quanto ao potencial da economia nacional, que ainda está "muito aquém" de países como a Hungria, Holanda ou República Checa no que diz respeito ao peso das exportações no PIB.

 

Sustentando que a exposição internacional "cria desafios no emprego e na capacidade de inovação das empresas", que se habituam também a "trabalhar num mercado mais agressivo e exigente", o gestor apontou que é precisamente esse o perfil de clientes que procura, uma vez que, em média, têm maiores taxas de crescimento e autonomia financeira.

 

Nesta intervenção no Palácio da Bolsa, no Porto, António Ramalho realçou ainda os serviços como "a grande alavanca" das exportações de Portugal nos últimos anos e, em particular, aquilo que designou como um "efeito múltiplo" do turismo na economia. Até pelo "efeito contagioso" em sectores como o imobiliário, exemplificou, que "ganhou características de transaccionabilidade".
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