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Novo Banco arranca com venda de 1,75 mil milhões de euros em crédito malparado

Avança a operação de alienação de malparado do Novo Banco, que aguarda ofertas não vinculativas até Outubro. São duas tranches: uma delas é de grandes créditos.

Miguel Baltazar/Negócios
06 de Setembro de 2018 às 15:40
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O Novo Banco está a arrancar com a venda de 1,75 mil milhões de euros em crédito malparado, segundo adianta a Debtwire. Esta é, diz a agência que falou com três fontes distintas, a maior operação deste género no mercado nacional. 

Project Nata. É assim que se chama esta operação. Está dividida em duas parcelas. A primeira é a de grandes créditos. São 54 devedores com uma exposição de 550 milhões. António Ramalho já tinha admitido que um dos problemas do Novo Banco também passava pela concentração de grandes créditos em poucos clientes. 

A segunda parcela tem uma maior quantidade, 62.600 credores, tanto de retalho como de empresas, mas de menor dimensão, com um total de 1,2 mil milhões de euros. Ao todo, chega-se aos 1,75 mil milhões que o Novo Banco pôs à venda. 

 

Segundo a agência, não houve ainda a entrega da documentação específica sobre a transacção, mas já houve contactos com investidores. O objectivo é que as ofertas não vinculativas cheguem até Outubro neste processo em que o Novo Banco conta com a assessoria da Alantra, da KPMG e do Morgan Stanley. 

O Novo Banco não quis fazer comentários, mas esta era uma transacção já expectável. Na divulgação de resultados do primeiro semestre, o banco presidido por António Ramalho tinha adiantado que iria realizar duas operações de venda até ao final do ano, no âmbito da limpeza de carteira. Uma de malparado, a outra de venda de activos imobiliários não estratégicos. Esta última chama-se Project Viriato, de 700 milhões de euros, tratando-se da alienação de 9.000 imóveis. 

Os trabalhos inserem-se na limpeza e recuperação que a instituição está ainda a fazer. No primeiro semestre, o prejuízo foi de 231 milhões de euros, sendo que foi penalizado ainda por imparidades e provisões de 248 milhões. 

Desconhece-se o impacto da venda destes activos não estratégicos no mecanismo de capitalização contingente, em que o Fundo de Resolução, dono de 25% do capital do Novo Banco, possa ter de compensar a instituição financeira. A injecção por esta entidade financiada pelos bancos do sistema é feita caso haja uma descida do valor dos activos ao mesmo tempo que os rácios de capital desçam abaixo de determinada percentagem. Daí que só após a conclusão das operações, e depois de visíveis os impactos, seja possível fazer os cálculos. 

Em 2017, o Fundo de Resolução injectou 792 milhões de euros no Novo Banco, agora 75% detido pela Lone Star. Há a possibilidade de, à luz deste mecanismo, ser chamado em mais 3 mil milhões. 

  

(Notícia actualizada às 16:05)

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