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Banca nacional desfez-se de mais de 4,5 mil milhões em malparado no primeiro semestre

A carteira de crédito malparado dos bancos portugueses voltou a cair. A descida foi de 6,5% entre Março e Junho. Continua acima da fasquia dos 30 mil milhões de euros. É preciso mais, alertou até o primeiro-ministro António Costa esta semana.

David Cabral Santos
04 de Outubro de 2018 às 13:50
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A tendência de redução do crédito malparado nos bancos portugueses continua. Em Junho, voltou a haver um recuo de 6,5% deste tipo de empréstimos. O rácio também caiu: 11,7% dos créditos concedidos pelas instituições financeiras em Portugal estão malparados. 

 

O total de crédito nestas condições era de 32,4 mil milhões de euros no final do primeiro semestre, o que configura uma redução de 6,5% em relação aos 34,7 mil milhões de euros registados em Março, de acordo com a publicação do Banco de Portugal "Sistema Bancário Português: desenvolvimentos recentes", relativo ao segundo trimestre do ano.

 

A quebra é ainda maior quando comparada com o valor de fecho do ano passado, altura em que o volume destes empréstimos superava os 37 mil milhões de euros. Foram 4,5 mil milhões de euros a sair dos balanços dos bancos entre Dezembro e Junho. 

 

Este volume de crédito corresponde a um rácio de malparado de 11,7% de toda a carteira em Junho. Era de 12,8% no final de Março. O malparado (NPL, na sigla inglesa) diz respeito a créditos que estão vencidos há mais de 90 dias, mas inclui também os empréstimos onde há indícios de incumprimento futuro.

 

Segundo o Banco de Portugal, a diminuição do rácio deve-se, sobretudo, à "redução do 'stock' de empréstimos 'non-performing'", mas também devido ao aumento dos empréstimos que são "performing", ou seja, que estão com um desempenho adequado em relação ao acordado entre os clientes e as instituições financeiras.

 
Abatidos e vendidos

O malparado tem vindo a ser reduzido por via de abatimentos ao activo (reconhecimento no balanço de que aquele valor nunca será pago pelo cliente), mas também através de vendas de carteiras. O Novo Banco, por exemplo, tem em cima da mesa o seu projecto de venda de 1,75 mil milhões de euros de malparado.   

A diminuição também é conseguida através da recuperação destes empréstimos. É neste último aspecto que quer actuar a plataforma de gestão do malparado criada pela CGD, BCP e Novo Banco – os bancos mais afectados pelos incumprimentos - mas que ainda não tem resultados práticos. 

Há planos desenhados pelos supervisores e pelos bancos com vista ao corte destes empréstimos que pesam no capital das instituições e impedem a sua utilização para operações produtivas e rentáveis.   

Primeiro-ministro pede mais 

O pico de malparado foi atingido em Junho de 2016, quando estava acima dos 50 mil milhões de euros, e com o rácio em 17,9% de toda a carteira. Pese embora a redução que tem vindo a existir, elogiada pelo Banco de Portugal, as autoridades europeias têm insistido que é necessário aproveitar os bons ventos macroeconómicos para intensificar esta diminuição.

Portugal está entre os países europeus com um maior peso do malparado no portefólio creditício, apenas atrás de Grécia e Chipre.

 

Aliás, António Costa também comentou, na entrevista à TVI desta segunda-feira, que "quer o Banco de Portugal quer a banca deviam ser um pouco mais ousados a resolver esse tipo de problemas".

 

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