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Venda de malparado em Portugal deve atingir os 3,5 mil milhões este ano

Um estudo da Prime Yield antecipa que a venda de crédito malparado vai acelerar em 2018 e 2019, beneficiando da maturidade do mercado espanhol.

Russell Boyce/Reuters
27 de Novembro de 2018 às 10:18
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A consultora Prime Yield já tinha antecipado que 2018 seria um ano recorde para a venda de carteiras de crédito malparado (Non-Performing Loans - NPL na sigla em inglês) e os números caminham nesse sentido. A estimativa é agora de 3,5 mil milhões de euros este ano, depois dos dois mil milhões de euros de 2017. 

"A expectativa da Prime Yield é que as vendas de NPL em Portugal cresçam a um ritmo médio de 15% a 20% entre 2018 e 2019, ao longo dos quais poderão ser transaccionados entre 6,5 a 7 mil milhões de euros em negócios envolvendo este tipo de carteiras, dos quais 3,5 mil milhões de euros este ano", adianta a consultora em comunicado enviado às redacções esta terça-feira, 27 de Novembro.

O stock de NPL em Portugal é de 32,5 mil milhões de euros, o que se traduz num rácio de 11,7% face ao total do crédito. Este peso coloca Portugal com o terceiro maior fardo de crédito malparado na União Europeia. "Um valor ainda demasiado elevado face às metas impostas pelo Banco Central Europeu e que, como tal, vem colocar uma pressão adicional sobre as instituições bancárias do país para acelerar a venda dos NPL que detêm nos seus balanços", assinala a consultora. 

O estudo prevê que o mercado ibérico esteja activo nesta área no próximo ano e que a banca nacional beneficie do facto deste negócio em Espanha já ser maduro. "Atendendo ao facto de Espanha ser um mercado mais maduro que Portugal neste campo, fazendo com que por um lado as rentabilidades devolvidas aos investidores sejam hoje mais moderadas e que, por outro lado, a concorrência pelos melhores activos também seja mais forte; é expectável que um número crescente de players especializados comece a desviar as suas atenções para o nosso país, impulsionando fortemente a venda deste tipo de carteiras até ao final do próximo ano", explica Nelson Rêgo, CEO da Prime Yield. 

De acordo com a consultora, Espanha tem um stock de NPLs de 731 mil milhões de euros, mas o seu peso é significativamente mais baixo: 4,2%, o que está próximo da média europeia de 3,6%.

Para Nelson Rêgo a maturidade do mercado espanhol é uma oportunidade para o mercado nacional: "Portugal tem vindo a emergir no mapa Europeu de forma mais lenta, mas está agora preparado para descolar em força", diz, antecipando uma aceleração "no ritmo das vendas quer do volume dos portefólios transaccionados". 

O malparado (NPL, na sigla inglesa) diz respeito a créditos que estão vencidos há mais de 90 dias, mas inclui também os empréstimos onde há indícios de incumprimento futuro.


A Prime Yield é uma consultora presente em Portugal, Angola, Brasil, Cabo Verde e Moçambique que presta serviços de consultadoria e avaliação de activos. 
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