Outros sites Medialivre
Notícias em Destaque
Notícia

Prime Yield: Bancos vão continuar a vender malparado, mas carteiras serão menores

Segundo um estudo da Prime Yield, Portugal deverá ter registado a venda de um total de 8 mil milhões de euros de crédito malparado em 2019. Para este ano, estas operações vão continuar mas com carteiras mais granulares e de menor dimensão.

David Cabral Santos/Cofina
05 de Março de 2020 às 14:22
  • ...
Os bancos nacionais vão continuar a vender crédito malparado este ano, mas a dimensão das carteiras deverá ser menor. Isto depois de, no ano passado, as instituições financeiras terem conseguido libertar-se de perto de oito mil milhões de euros destes ativos tóxicos. As estimativas são da Prime Yield, parte da Gloval.

De acordo com o estudo, divulgado esta quinta-feira, "2019 foi outro ano de grande dinâmica para a venda de portefólios de crédito malparado na Ibéria, com o volume de investimento agregado a totalizar cerca de 30.000 milhões de euros". O mercado português representa 27% deste volume, tendo estabilizado as vendas num patamar de 8.000 milhões de euros, um máximo atingido pela primeira vez o ano passado e agora repetido, adianta a Prime Yield.

Já este ano, os bancos nacionais vão continuar a apostar nas vendas de malparado. "Seguindo a tendência de 2019, o apetite dos investidores pelo mercado português deverá manter-se em alta em 2020", afirma Nelson Rêgo, diretor geral da Prime Yield, num comunicado. Isto porque a "redução dos ativos não performativos continua a ser uma questão prioritária para os bancos portugueses nos próximos 12 meses, já que, apesar dos progressos conseguidos nos últimos 4 anos, Portugal continua a ter um dos rácios de NPL mais elevados da Europa".

Ainda assim, os portefólios à venda serão de menor dimensão em comparação com o ano passado. "Portugal voltou a transacionar malparado em máximos em 2019, destacando-se a venda de portefólios de grande dimensão por parte de vários bancos, embora em 2020 se espere a colocação no mercado de carteiras mais granulares e de menor dimensão (com menos ativos residenciais)", adianta o estudo. 

Neste sentido, "é seguro antecipar outro ano dinâmico em 2020, ainda que com um decréscimo nos volumes finais devido a essa menor dimensão das carteiras que vêm para o mercado", acrescenta, notando ainda que "há cada vez menos investimentos oportunísticos, o que mostra que este setor está a entrar num período de maior maturidade, permitindo, ao mesmo tempo, que os vendedores minimizem as suas perdas e que os compradores mantenham um nível atrativo de retornos". 

O "stock" de malparado no sistema financeiro em Portugal é ainda de 21.700 milhões de euros, de acordo com dados do Banco de Portugal para o terceiro trimestre de 2019. Já o rácio de NPL (Non-Performing Loans) situa-se nos 7,7%, sendo, ainda assim, o terceiro mais elevado na Europa.
Ver comentários
Saber mais Banca crédito malparado
Outras Notícias
Publicidade
C•Studio