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Banca nacional desfez-se de 8,6 mil milhões em malparado em 2019
O crédito malparado manteve a trajetória de redução em 2019, com o rácio de Non-Performing Loans (NPL) a recuar para 6,1% no quarto trimestre, mostram dados do Banco de Portugal.
Os dados foram divulgados esta quinta-feira, 2 de abril, pelo Banco de Portugal, no boletim bancário português para o quarto trimestre de 2019.
Olhando para a evolução do quarto trimestre do ano passado, registou-se uma diminuição de 400 milhões, no caso dos particulares, e de 3,7 mil milhões de euros nas sociedades não financeira, adianta o regulador.
Os dados mostram ainda que esta evolução levou o rácio de NPL do setor financeiro a recuar para 6,1%, em comparação com 9,4% no final de 2018. Já o rácio de NPL líquido de imparidades caiu para 3%, face aos 4,5% registados no período homólogo.
Rácios mais fortes
Os rácios de capital dos bancos nacionais conseguiram fortalecer-se no quarto trimestre. Neste período, o "rácio de fundos próprios totais e o rácio de fundos próprios principais de nível 1 (CET 1) situaram-se em 16,7% e 14,1%, respetivamente". Isto traduz-se num aumento de 0,3 pontos percentuais em ambos os casos, refere o Banco de Portugal, explicando que, para esta evolução, "contribuiu essencialmente a diminuição dos ativos ponderados pelo risco (-1,8%)".
Já o "rácio de alavancagem manteve-se significativamente acima do mínimo de referência definido pelo Comité de Supervisão Bancária de Basileia (3%), o qual se tornará um requisito de cumprimento obrigatório a partir da data de início de aplicação do novo CRR (28 de junho de 2021)".
Ativo total recua
Em sentido contrário, seguiu o ativo total do setor. "No quarto trimestre de 2019, o ativo total diminuiu 1,3%", de acordo com os dados divulgados esta quinta-feira.
Esta evolução, diz o regulador, "esteve largamente associada à alienação de filiais localizadas no exterior por um dos principais bancos portugueses". Refletiu ainda a "redução da carteira de empréstimos a clientes (-1,3%) e da exposição a títulos de dívida pública (-3,9%)".
Já o financiamento obtido junto de bancos centrais diminuiu 7%, passando a situar-se em 4,4% do ativo. Isto ao mesmo tempo que o rácio de transformação atingiu 87,3%, o que representa uma descida de 0,7 pontos percentuais, mostram os dados. "Esta evolução deveu-se a uma diminuição da carteira de empréstimos superior à dos depósitos de clientes (0,5%), também associadas ao já referido evento na atividade internacional", conclui.