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Banca nacional desfez-se de 8,6 mil milhões em malparado em 2019

O crédito malparado manteve a trajetória de redução em 2019, com o rácio de Non-Performing Loans (NPL) a recuar para 6,1% no quarto trimestre, mostram dados do Banco de Portugal.

02 de Abril de 2020 às 12:15
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Os esforços dos bancos nacionais para se libertarem do peso do crédito malparado estão à vista: o "stock" recuou mais de 8 mil milhões de euros no total do ano passado. Ainda assim, o setor ainda tem de limpar mais de 17 mil milhões de euros destes ativos tóxicos, num período em que as condições do mercado vão sofrer uma deterioração devido à covid-19. 

Os dados foram divulgados esta quinta-feira, 2 de abril, pelo Banco de Portugal, no boletim bancário português para o quarto trimestre de 2019.

Até dezembro de 2019, os bancos detinham 17,19 mil milhões de euros, em termos brutos, de crédito malparado. Isto enquanto, no final de 2018, este valor era de 25,85 mil milhões de euros. Ou seja, as instituições financeiras limparam perto de 8,6 mil milhões ao longo deste período. 

Olhando para a evolução do quarto trimestre do ano passado, registou-se uma diminuição de 400 milhões, no caso dos particulares, e de 3,7 mil milhões de euros nas sociedades não financeira, adianta o regulador. 

Os dados mostram ainda que esta evolução levou o rácio de NPL do setor financeiro a recuar para 6,1%, em comparação com 9,4% no final de 2018. Já o rácio de NPL líquido de imparidades caiu para 3%, face aos 4,5% registados no período homólogo. 


Rácios mais fortes
Os rácios de capital dos bancos nacionais conseguiram fortalecer-se no quarto trimestre. Neste período, o "rácio de fundos próprios totais e o rácio de fundos próprios principais de nível 1 (CET 1) situaram-se em 16,7% e 14,1%, respetivamente". Isto traduz-se num aumento de 0,3 pontos percentuais em ambos os casos, refere o Banco de Portugal, explicando que, para esta evolução, "contribuiu essencialmente a diminuição dos ativos ponderados pelo risco (-1,8%)". 

Já o "rácio de alavancagem manteve-se significativamente acima do mínimo de referência definido pelo Comité de Supervisão Bancária de Basileia (3%), o qual se tornará um requisito de cumprimento obrigatório a partir da data de início de aplicação do novo CRR (28 de junho de 2021)".


Ativo total recua 

Em sentido contrário, seguiu o ativo total do setor. "No quarto trimestre de 2019, o ativo total diminuiu 1,3%", de acordo com os dados divulgados esta quinta-feira.

Esta evolução, diz o regulador, "esteve largamente associada à alienação de filiais localizadas no exterior por um dos principais bancos portugueses". Refletiu ainda a "redução da carteira de empréstimos a clientes (-1,3%) e da exposição a títulos de dívida pública (-3,9%)".

Já o financiamento obtido junto de bancos centrais diminuiu 7%, passando a situar-se em 4,4% do ativo. Isto ao mesmo tempo que o rácio de transformação atingiu 87,3%, o que representa uma descida de 0,7 pontos percentuais, mostram os dados. "Esta evolução deveu-se a uma diminuição da carteira de empréstimos superior à dos depósitos de clientes (0,5%), também associadas ao já referido evento na atividade internacional", conclui.

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