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BdP: Malparado cai 2,4 mil milhões desde o arranque do ano

O crédito malparado manteve a trajetória de redução no segundo trimestre do ano, com o rácio de Non-Performing Loans (NPL) a recuar para 8,3%. Desde o arranque do ano, o "stock" de malparado desceu 2,4 mil milhões de euros.

#25 - Carlos Costa
03 de Outubro de 2019 às 11:38
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Os bancos portugueses continuam a reduzir o peso do crédito malparado, através da venda de carteiras de ativos tóxicos. E os resultados estão à vista: o "stock" de empréstimos em incumprimento recuou perto de 2,4 mil milhões de euros nos primeiros seis meses do ano, o que levou o rácio de NPL (Non-Performing Loans) a cair para 8,3%. 

Os dados foram divulgados esta quinta-feira, 3 de outubro, pelo Banco de Portugal, no boletim bancário português para o segundo trimestre. 

Até junho, os bancos detinham 23,45 mil milhões de euros, em termos brutos, de crédito malparado. Isto enquanto, no final do ano passado, este valor era de 25,87 mil milhões de euros. 

Olhando para a evolução do segundo trimestre, registou-se uma diminuição de cerca de 200 milhões de euros, no caso dos particulares, e de 650 milhões nas sociedades não financeiras, adianta o Banco de Portugal. 


"Esta evolução traduziu-se numa redução do rácio de NPL [Non-Performing Loans] total de 8,9% para 8,3% face ao trimestre anterior (4,3% para 4%, quando líquido de imparidades), e numa diminuição 1,1 pontos percentuais face ao final de 2018", explica. 

Rácios mais fortes
Os rácios de capital dos bancos nacionais conseguiram fortalecer-se no segundo trimestre. Neste período, "o rácio de fundos próprios totais e o rácio de fundos próprios principais de nível 1 (CET1) situaram-se em 16,1% e 13,9%, respetivamente, aumentando ligeiramente face ao trimestre anterior". 

Já o "rácio de alavancagem diminuiu ligeiramente, de 7,7% para 7,6%, mantendo-se acima do mínimo de referência definido pelo Comité de Supervisão Bancária de Basileia (3%), o qual se tornará um requisito
de cumprimento obrigatório a partir da data de início de aplicação do novo CRR (28 de junho de 2021)", acrescenta o Banco de Portugal. 

Empréstimos e depósitos crescem
Quanto aos empréstimos e aos depósitos, houve um aumento no período em análise, o que é explicado pelo Banco de Portugal pela aquisição da operação de retalho do Deutsche Bank em Portugal por parte do Abanca.

"Face ao trimestre anterior, o ativo total aumentou 1,8%, decorrente essencialmente do aumento de 3,7% dos empréstimos a clientes, em parte refletindo a expansão da atividade internacional de uma instituição", afirma o Banco de Portugal. Já em sentido inverso, "destaca-se a redução de 7,2% dos empréstimos a instituições de crédito". Do lado dos depósitos houve um aumento de 3,2% no trimestre. 

O banco central liderado por Carlos Costa explica que a "evolução do crédito e depósitos de clientes foi influenciada pela venda da operação de retalho do Deutsche Bank em Portugal ao Abanca", já que "esta transação teve como consequência a transferência dos ativos/passivos não correntes disponíveis para venda para as rubricas relacionadas com as operações continuadas".

Excluindo este efeito, os empréstimos a clientes aumentariam 2,5% e os depósitos cresceriam 2,8%, adianta ainda a entidade. 

Perante este cenário, o rácio de transformação aumentou 0,4 pontos percentuais para 88,2% e o rácio de cobertura de liquidez diminuiu 12 pontos percentuais para 212%, "permanecendo acima do mínimo regulamentar (100%)". 

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