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BdP: Malparado cai 2,4 mil milhões desde o arranque do ano
O crédito malparado manteve a trajetória de redução no segundo trimestre do ano, com o rácio de Non-Performing Loans (NPL) a recuar para 8,3%. Desde o arranque do ano, o "stock" de malparado desceu 2,4 mil milhões de euros.
Os dados foram divulgados esta quinta-feira, 3 de outubro, pelo Banco de Portugal, no boletim bancário português para o segundo trimestre.
Olhando para a evolução do segundo trimestre, registou-se uma diminuição de cerca de 200 milhões de euros, no caso dos particulares, e de 650 milhões nas sociedades não financeiras, adianta o Banco de Portugal.
"Esta evolução traduziu-se numa redução do rácio de NPL [Non-Performing Loans] total de 8,9% para 8,3% face ao trimestre anterior (4,3% para 4%, quando líquido de imparidades), e numa diminuição 1,1 pontos percentuais face ao final de 2018", explica.
Rácios mais fortes
Os rácios de capital dos bancos nacionais conseguiram fortalecer-se no segundo trimestre. Neste período, "o rácio de fundos próprios totais e o rácio de fundos próprios principais de nível 1 (CET1) situaram-se em 16,1% e 13,9%, respetivamente, aumentando ligeiramente face ao trimestre anterior".
Já o "rácio de alavancagem diminuiu ligeiramente, de 7,7% para 7,6%, mantendo-se acima do mínimo de referência definido pelo Comité de Supervisão Bancária de Basileia (3%), o qual se tornará um requisito
de cumprimento obrigatório a partir da data de início de aplicação do novo CRR (28 de junho de 2021)", acrescenta o Banco de Portugal.
Empréstimos e depósitos crescem
Quanto aos empréstimos e aos depósitos, houve um aumento no período em análise, o que é explicado pelo Banco de Portugal pela aquisição da operação de retalho do Deutsche Bank em Portugal por parte do Abanca.
"Face ao trimestre anterior, o ativo total aumentou 1,8%, decorrente essencialmente do aumento de 3,7% dos empréstimos a clientes, em parte refletindo a expansão da atividade internacional de uma instituição", afirma o Banco de Portugal. Já em sentido inverso, "destaca-se a redução de 7,2% dos empréstimos a instituições de crédito". Do lado dos depósitos houve um aumento de 3,2% no trimestre.
Excluindo este efeito, os empréstimos a clientes aumentariam 2,5% e os depósitos cresceriam 2,8%, adianta ainda a entidade.
Perante este cenário, o rácio de transformação aumentou 0,4 pontos percentuais para 88,2% e o rácio de cobertura de liquidez diminuiu 12 pontos percentuais para 212%, "permanecendo acima do mínimo regulamentar (100%)".