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Novo Banco com prejuízo de 1.412 milhões de euros em 2018

O banco liderado por António Ramalho registou um prejuízo de 1.412 milhões de euros. O Novo Banco vai pedir 1.149 milhões de euros ao Fundo de Resolução.

André Koster/Lusa
01 de Março de 2019 às 17:04
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O Novo Banco registou um prejuízo de 1.412 milhões de euros no ano passado, o que representa uma melhoria de 38,5% face ao prejuízo de 2.298 milhões de euros no ano anterior. Com base nestes resultados, a entidade liderada por António Ramalho vai pedir 1.149 milhões de euros ao Fundo de Resolução para reforçar os rácios de capital. 

 

"O Grupo Novo Banco apresentou em 2018 um resultado negativo de 1.412,6 milhões de euros, que compara com o prejuízo de 2.298 milhões de euros no ano anterior", lê-se no comunicado enviado esta sexta-feira, 1 de março, à CMVM. 

 

O produto bancário registou uma quebra de 37,9%, passando de 780 milhões para 484,2 milhões de euros no ano passado. 

 

Já os custos operativos de 487,3 milhões de euros refletem uma quebra de 11,3% face ao registo do ano anterior, o que reflete, diz o banco, as "melhorias concretizadas ao nível da simplificação dos processos e da otimização das estruturas com a consequente redução de balcões e de colaboradores". 

 

Quanto aos depósitos, estes totalizaram "28,4 mil milhões de euros, valor inferior em 1,3mM€ ao registado em
dezembro de 2017, reflexo do esforço de repricing da oferta de depósitos, bem como das iniciativas de
reembolso antecipado de passivos com taxas de juro mais elevadas". 

A qualidade dos ativos registou uma melhoria, com a queda do crédito não produtivo. Este evoluiu de 10,1 mil milhões de euros em 2017 para 6,7 mil milhões de euros no ano passado. 

As imparidades e provisões fixaram-se nos 710 milhões de euros. No ano anterior, foram de 2.059,9 milhões de euros. Houve, portanto, uma descida de 65,5%. 

Já sobre os rácios de capital, o banco diz cumprir todas as exigências do Banco Central Europeu (BCE). "O rácio CET1 para 31 de dezembro de 2018 foi de 12,8% (31-dez-2017: 12,8%) e o rácio de capital total de 14,5% (31-dez-2017: 13,0%)", nota a entidade.

Além dos resultados consolidados, o Novo Banco apresentou também, tal como o Negócios tinha avançado, mais dois balanços e duas demonstrações: de um lado um balanço com a atividade "core", num outro o legado deixado pelo Banco Espírito Santo.

Novo Banco pede mais de mil milhões 

Com base nestes resultados, o banco liderado por António Ramalho vai pedir mais 1.149 milhões de euros ao Fundo de Resolução, ao abrigo do Mecanismo de Capital Contingente (CCA). 

 

"Este montante decorre em 69% das perdas assumidas sobre os ativos incluídos no CCA e 31% devido a requisitos de capital regulatórios no quadro do ajustamento do período transitório dos rácios de capital e devido ao impacto do IFRS 9", refere o banco no comunicado. 

 

Este reforço é pedido numa altura em que o Novo Banco tem vindo a acelerar a venda de crédito malparado, o que penaliza as contas. Em janeiro, o banco colocou à venda mais mil milhões de euros de crédito em incumprimento para aproveitar o momento favorável do mercado.

 

O Novo Banco foi criado em 2014 para ficar com parte da atividade bancária do BES, resgatado no verão desse ano. Hoje, detido em 75% pelo fundo norte-americano Lone Star e em 25% pelo Fundo de Resolução, ainda é penalizado pelo legado deixado pela entidade que era liderada por Ricardo Salgado.

 

(Notícia atualizada às 20:10)

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