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Negociação com Bruxelas provoca "maiores dores de cabeça" ao Banco de Portugal

CGD, BCP, BPI e Banif estão a negociar com a autoridade da Concorrência europeia as contrapartidas pelo facto de terem recebido 7.250 milhões de euros do Estado

03 de Fevereiro de 2013 às 19:41
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A negociação com Bruxelas dos planos de reestruturação dos bancos que receberam apoio do Estado é, neste momento, o motivo de "maiores dores de cabeça" do governador do Banco de Portugal (BdP). Carlos Costa teme que as condições impostas pela Direcção-geral da Concorrência da União Europeia (DGCom) à CGD, BCP, BPI e Banif venham a ter consequências na evolução da economia portuguesa.

 

"É a questão que me causa maiores dores de cabeça neste momento. Esta questão é muito importante do ponto de vista macroeconómico", sublinhou o governador na comissão parlamentar de Orçamento e Finanças. Carlos Costa não pormenorizou quais os aspectos que motivam a sua preocupação, mas fez questão de sublinhar que "os casos português e espanhol são completamente diferentes", deixando subentender que os remédios que a DGCom prescreveu à banca de Espanha não são adequados às instituições nacionais.

 

Neste momento, CGD, BCP, BPI e Banif estão a negociar com a autoridade da Concorrência europeia as contrapartidas pelo facto de terem recebido 7.250 milhões de euros do Estado, dos quais já foram reembolsados 300 milhões por parte do banco liderado por Fernando Ulrich. Bruxelas quer garantir que estes apoios não distorçam as condições concorrenciais existentes no mercado português.

 

No Parlamento, Carlos Costa sublinhou que os bancos que receberam ajuda do Estado representam uma fatia significativa do mercado bancário nacional, sugerindo que este facto pode resultar num menor impacto do apoio público no funcionamento da actividade. Implícita ficou a ideia de que o governador não vê necessidade de impor medidas de reestruturação significativas.

 

Também Nuno Amado, presidente do BCP, aproveitou a ida à Assembleia da República para falar sobre a capitalização do seu banco, para apelar à "compreensão" de Bruxelas relativamente às especificidades da instituição. "Espero que nesta revisão adicional haja compreensão para que o nosso plano está enquadrado no macro-plano da economia portuguesa. Espero que haja coerência neste processo", afirmou o banqueiro na comissão parlamentar de Orçamento e Finanças.

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