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"Não temos intenção de subir o preço" da OPA ao BPI
O líder executivo do CaixaBank recusa subir o preço oferecido na OPA sobre o banco, como reclamam os pequenos accionistas. "Não temos intenção de subir o preço", garante Gonzalo Gortazar. O banqueiro recusa também fazer uma oferta de troca de acções do BPI por títulos do CaixaBank.
"Não temos intenção de subir o preço" da oferta pública de aquisição (OPA) sobre o BPI, garantiu Gonzalo Gortazar (na foto), líder executivo do CaixaBank, esta quarta-feira, num encontro com jornalistas portugueses em Barcelona.
"Os accionistas do BPI têm de decidir se desblindam os estatutos do banco e depois se vendem ou não. Podem dizer sim, sim ou sim, não", admitiu o banqueiro para quem "o preço está fixado".
Na OPA, o grupo catalão, que já tem 44,81% do BPI, oferece 1,113 de euros por acção. "O preço está fixado. É 16% inferior ao da OPA do ano passado [1,329 euros], mas neste período o sector perdeu 35% do seu valor e o BCP, por exemplo, 75%", justificou Gortazar.
O valor oferecido pelo CaixaBank tem sido um dos aspectos da OPA criticados pelos pequenos accionistas, designadamente pela Holding Violas Ferreira (HVF), cujo administrador considera que o preço em cima da mesa não reflecte o facto de os catalães pretenderem pôr fim ao limite de votos existente no BPI. Actualmente, apesar de ter 44,81% do banco, o CaixaBank não pode votar com mais de 20%.
Quanto à proposta feita por Tiago Violas Ferreira, administrador da HVF, para que os catalães transformem a OPA numa oferta pública de troca (OPT) de acções do BPI por títulos do CaixaBank, Gortazar dos que "é difícil mudar os termos" da oferta em cima da mesa. Mas recorda que "os accionistas do BPI podem vender as suas acções e investir no CaixaBank". Até porque os títulos do banco catalão estão, na sua perspectiva, "num valor baixo".
*a jornalista viajou a Barcelona a convite do CaixaBank