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Mourinho Félix e Máximo dos Santos cogitados para o Banco de Portugal

O secretário de Estado das Finanças e o atual número dois de Carlos Costa são hipóteses para o cargo de governador, segundo o Público, caso Centeno não tenha condições políticas para abandonar o Governo até julho.

Miguel Baltazar/Negócios
06 de Abril de 2020 às 11:44
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Se as circunstâncias políticas, económicas e financeiras relacionadas com a crise da covid-19 inviabilizarem a passagem direta de Mário Centeno para o Banco de Portugal, a solução pode passar pela nomeação do "seu" secretário de Estado das Finanças para o cargo de governador.

 

Ricardo Mourinho Félix, que também é quadro da instituição, é um dos nomes fortes apontados pelo Público na edição desta segunda-feira, 6 de abril. O sucessor de Carlos Costa, que está no cargo desde 2010 - foi reconduzido em 2015 pelo governo de Passos Coelho –, terá de ser escolhido até ao mês de julho.

 

Outras das hipóteses que estarão a ser cogitadas nos corredores da política e dos bancos é o de Luís Máximo dos Santos, que foi colega de faculdade de António Costa. É atualmente vice-governador e poderia desta forma subir à cadeira principal da entidade reguladora do setor.

De acordo com uma sondagem da Intercampus para o Negócios e o CM/CMTV, cujo trabalho de campo decorreu até 19 de março, perto de metade dos portugueses (46,3%) considera que Mário Centeno não deve transitar do Governo para o Banco de Portugal, num contexto de crise económica causada pelo novo coronavírus.

 

A 23 de março, após ser chamado a Belém para uma conversa com Marcelo de Rebelo de Sousa que abriu caminho à promulgação do Orçamento do Estado para 2020, o ministro afastou qualquer possibilidade de saída do Governo enquanto a crise em curso persistir, além de procurar reduzir a meros "folhetins" as notícias que indicavam o contrário.

 
"Ator político" antes da pandemia

Porém, numa entrevista à Visão há pouco mais de um mês, antes de rebentar a pandemia na Europa, fazia questão de lembrar que "nada nos tratados [restringe] o lugar do governador do banco central àquilo que é o passado enquanto político ou ministro das Finanças ou o que for". E destacava que o cargo não teria necessariamente de ser ocupado por um técnico.

 

"O governador é um ator político da maior relevância. Conduz as políticas macroprudenciais, as políticas comportamentais, as políticas de supervisão e depois participa na definição da política monetária do BCE. Já viu a quantidade de vezes que eu disse a palavra política?", resumia o ministro das Finanças.

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