Outros sites Medialivre
Notícias em Destaque
Notícia

Morais Pires recorre de decisão "perversamente injusta"

Amílcar Morais Pires, condenado a uma coima de 1,2 milhões de euros pelo Banco de Portugal, vai recorrer para Santarém. Diz que o supervisor é injusto: estava a corrigir os problemas criados por Álvaro Sobrinho.

Bruno Simão/Negócios
Diogo Cavaleiro diogocavaleiro@negocios.pt 10 de Janeiro de 2019 às 20:59

À semelhança de Ricardo Salgado, Amílcar Morais Pires também vai recorrer da decisão do Banco de Portugal, que o condenou no âmbito do terceiro processo de contraordenação em torno do BES. A coima aplicada é de 1,2 milhões de euros.

 

"Informo que vou recorrer desta decisão do Banco de Portugal precisamente para o único tribunal competente", indica Morais Pires, ex-administrador financeiro do BES, em comunicado enviado às redações. Trata-se do Tribunal da Concorrência, Regulação e Supervisão, em Santarém. 

 

A condenação do Banco de Portugal, noticiada esta quinta-feira, 10 de janeiro, é relativa às falhas do Banco Espírito Santo, e da Espírito Santo Financial Group, onde consolidava o banco português, no que diz respeito à relação com o BES Angola.

 

São dois os pontos de argumentação na nota do ex-CFO: "Esta decisão sobre irregularidades no Banco Espírito Santo Angola é perversamente injusta e notoriamente interessada".

 

"Perversamente injusta, porque a intervenção que tive no Banco Espírito Santo Angola foi a de pôr a funcionar bem, entre 2012 e 2013, o que anteriormente tinha sido posto a funcionar mal por Álvaro Sobrinho, como bem sabe o Banco de Portugal", atira a nota do antigo administrador do banco.

 

E tal como Salgado, Morais Pires considera que o Banco de Portugal é uma parte "interessada", já que tentou "encontrar bodes expiatórios para o ato gravíssimo e extremamente danoso para o Estado português que cometeram em julho/agosto de 2014, quando controlavam o BES".

 

Essa medida foi, na opinião do ex-gestor do BES, a revogação da garantia soberana da República de Angola, que protegia os créditos concedidos pelo BESA, mas cuja validade era questionada pelo supervisor.

 

O supervisor encabeçado por Carlos Costa aplicou uma coima de 1,2 milhões a Amílcar Morais Pires e uma de 400 mil euros a Rui Silveira, sendo que houve também três ex-administradores da ESFG que foram alvo de coimas entre 100 e 120 mil euros. Os restantes elementos da gestão do BES, entre os quais José Manuel Espírito Santo e José Maria Ricciardi, viram as acusações serem arquivadas na sua totalidade.

 

Este foi o terceiro processo contraordenacional em torno do BES. Em todos, Morais Pires foi condenado. Os dois processos já decididos estão em avaliação no Tribunal da Relação de Lisboa. 

Ver comentários
Saber mais Banco de Portugal Ricardo Salgado Álvaro Sobrinho Amílcar Morais Pires Tribunal da Relação de Lisboa
Outras Notícias
Publicidade
C•Studio