Notícia
Morais Pires diz que se devia ter avançado com fusão do BES e BCP em 2014
O ex-administrador financeiro do BES volta a atirar culpas ao Banco de Portugal e ao seu governador em entrevista ao El País.
Negócios
10 de Fevereiro de 2019 às 13:12
Morais Pires, ex-administrador financeiro do BES, que chegou a ser falado como substituto de Ricardo Salgado em 2014, volta a acusar Banco de Portugal pela derrocada do BES. Mas vai mais longe. Em entrevista ao El País, diz mesmo que o acusam de não ter montado planos de risco, mas "havia-os e os diretores de controlo de risco eram outros, um dos quais José Maria Ricciardi, a quem, curiosamente, o governador deu idoneidade para dirigir bancos".
Para Morais Pires, no universo dos negócios da família Espírito Santo havia duas realidades: o BES, onde a família e o Crédit Agrícola tinham 46%, e o BES da Suíça, Dubai e Panamá, nos quais a família tinha 100%, "e eu nunca fui executivo desses bancos".
Dizendo que a resolução em agosto de 2014 do BES foi uma decisão "incompreensível e injustificada do Banco de Portugal", dizendo que foi má para os acionistas, clientes, trabalhadores e para o Estado, Morais Pires critica o Banco de Portugal por não ter aceitado qualquer alternativa. Morais Pires recorda três: o banco francês Crédit Agrícole tomar o controlo do BES; a aceitação da oferta feita pelo fundo Blackstone de realizar um aumento de capital de 2.000 milhões; e a terceira aceitar o aumento de capital proposto por Angola no BESA - "o Banco de Portugal decidiu não ir, com o qual perdeu a maioria e a garantia soberana de 5.700 milhões de dólares". E volta ao ataque: "nestas duas últimas decisões, o governador já tinha colocado à frente do banco Vítor Bento, um economista sem qualquer experiência em gestão bancária".
Morais Pires fala mesmo em conivência entre o Banco de Portugal e a auditora para baixar os rácios de capital do BES.
E é neste ponto que dá a sua opinião de que naquela ocasião se devia ter aproveitado para avançar na fusão do BES com o BCP. "Poder-se-ia ter aproveitado aquele momento para fusionar o BES e o BCP, criando um banco relevante. Foi um grande erro estratégico", tendo Portugal deixado de ter "bancos genuinamente portugueses".
Sobre as acusações que o Banco de Portugal já fez sobre Morais Pires o ex-administrador realça que "o governador tem essa prerrogativa de acusar e condenar, na via judicial vão caindo as suas acusações".
Morais Pires já foi condenado em três processos pelo Banco de POrtugal. Apenas num foi anulado pelo tribunal da Concorrência, que considerou não ter havido defesa dos arguidos. No que já foi julgado em primeira instância, Morais Pires foi condenado. O terceiro chegou há pouco tempo a condenação, tendo Morais Pires referido que iria recorrer.
Para Morais Pires, no universo dos negócios da família Espírito Santo havia duas realidades: o BES, onde a família e o Crédit Agrícola tinham 46%, e o BES da Suíça, Dubai e Panamá, nos quais a família tinha 100%, "e eu nunca fui executivo desses bancos".
Morais Pires fala mesmo em conivência entre o Banco de Portugal e a auditora para baixar os rácios de capital do BES.
E é neste ponto que dá a sua opinião de que naquela ocasião se devia ter aproveitado para avançar na fusão do BES com o BCP. "Poder-se-ia ter aproveitado aquele momento para fusionar o BES e o BCP, criando um banco relevante. Foi um grande erro estratégico", tendo Portugal deixado de ter "bancos genuinamente portugueses".
Sobre as acusações que o Banco de Portugal já fez sobre Morais Pires o ex-administrador realça que "o governador tem essa prerrogativa de acusar e condenar, na via judicial vão caindo as suas acusações".
Morais Pires já foi condenado em três processos pelo Banco de POrtugal. Apenas num foi anulado pelo tribunal da Concorrência, que considerou não ter havido defesa dos arguidos. No que já foi julgado em primeira instância, Morais Pires foi condenado. O terceiro chegou há pouco tempo a condenação, tendo Morais Pires referido que iria recorrer.