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Montepio agrava prejuízos para 59,5 milhões de euros

A Caixa Económica Montepio Geral verificou menos ganhos na rubrica de venda de dívida pública, o que fez com que descesse de um lucro para prejuízo nos primeiros nove meses do ano.

Bruno Simão/Negócios
30 de Outubro de 2015 às 19:34
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O Montepio registou um prejuízo de 59,5 milhões de euros nos primeiros nove meses do ano, penalizado pelo facto de, neste período, não ter registado os ganhos obtidos um ano antes com a venda de dívida pública.

 

Em comunicado publicado através do site da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a Caixa Económica Montepio Geral anuncia que o resultado líquido foi negativo em 59,5 milhões de euros, o que compara com 19,5 milhões de euros de lucro alcançado no mesmo período do ano anterior.

 

Não há dados, no documento, sobre a margem financeira (diferença entre juros pagos em depósitos e juros recebidos em créditos, base de negócio de qualquer banco), nomeadamente o seu montante e a variação face aos nove meses de 2014. A única referência dada é a do aumento de 1,3% da margem financeira do 2º para o 3º trimestres deste ano.

 

Entretanto, o volume obtido em operações financeiras da instituição liderada desde Agosto por José Félix Morgado caiu, em um ano, de 369,7 milhões para 145,7 milhões de euros. "Esta evolução foi determinada pela menor contribuição decorrente da alienação de títulos de dívida pública portuguesa". 

 

É por este sentido que, no comunicado, o Montepio sublinha que, ao contrário desta quebra nos resultados não recorrentes, os resultados recorrentes (que se repetem todos os anos) obtidos melhoraram, ainda que permanecendo em 130,5 milhões de euros negativos.

 

Custos descem em Portugal

Em termos de custos, também houve uma redução de 0,9% em relação ao mesmo período do ano anterior, ainda que apenas na actividade nacional. As operações internacionais, Moçambique e Angola, deram um contributo para um aumento global dos gastos.

 

Nos primeiros nove meses de 2015, o banco colocou menos dinheiro de parte para cobrir possíveis perdas com créditos. A rubrica de imparidades registou uma redução de 42,4% para 202,6 milhões de euros.

 

O rácio de capital de melhor qualidade do Montepio, o rácio Common Equity Tier 1, situou-se em 9,3% no final de Setembro, abaixo dos 9,53% alcançados em Junho mas acima dos 8,51% de Dezembro, "decorrente da redução da carteira de crédito e da carteira de títulos de dívida".

 

A Caixa Económica Montepio Geral, totalmente detida pela Associação Mutualista Montepio Geral, registou uma quebra de 5,3% do crédito a clientes na análise homóloga, sobretudo pela queda da actividade em Portugal, "em cumprimento de uma exigente política de concessão de crédito". A quebra foi mais intensa no imobiliário (-8,6%) que nas empresas (-0,7%).

 

Aqui, houve um agravamento dos rácios de crédito em risco e do rácio de crédito vencido há mais de 90 dias. 7,97% do crédito total da entidade financeira tem, segundo as normas do Banco de Portugal, o capital e os juros vencidos há mais de 90 dias. A cobertura de crédito e juros vencidos há mais de 90 dias (três meses) verificou uma descida de 136,5%, em Dezembro, para 121,4%, em Setembro.

 

Os depósitos de particulares fixaram-se em 9 mil milhões de euros. Não são indicados os valores de depósitos totais, incluindo as empresas, o que impede o cálculo da variação. 

 

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