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Montepio cumpre 11% do programa de venda de activos não estratégicos

Um dos passos dados pela Caixa Económica na sua nova estratégia é o de se desfazer de activos não estratégicos. Um primeiro passo já foi dado. Mas o objectivo total fica dependente "das condições de mercado".

Miguel Baltazar/Negócios
11 de Novembro de 2015 às 08:00
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Ao dispersar 200 milhões de euros em instrumentos ligados a créditos e imóveis por vários investidores, o Montepio deu um primeiro passo num programa que pretende que dê liberdade ao seu balanço. Mas não há prazos, públicos pelo menos, para a sua conclusão.

 

Em comunicado enviado esta terça-feira às redacções, a Caixa Económica Montepio Geral afirmou que completou, a 30 de Outubro, "a primeira tranche" do chamado programa de desalavancagem de activos não estratégicos, "designadamente crédito e imóveis". Foram colocados instrumentos de dívida, associados a esses activos, avaliados em 200,8 milhões de euros por vários investidores.

 

O programa da instituição presidida por José Félix Morgado (na foto) pretende que a colocação destes títulos associados a créditos e imóveis (que deixam de pesar no balanço e daí, nos rácios) atinja um "montante máximo de 1.750 milhões de euros". Ou seja, a colocação que já foi feita representa 11% do total.

 

Quando é que este programa de desalavancagem (redução do peso da dívida na estrutura do grupo) termina? "Dependerá das condições de mercado" é o que responde fonte oficial ao Negócios.


A Caixa Económica também não esclarece que tipo de investidores adquiriram estes títulos. "Investidores institucionais internacionais", respondeu o banco sem mais pormenores. À Lusa, a Caixa Económica não esclareceu, também, qual a diversificação geográfica dos investidores.

 

A Caixa Económica Montepio Geral apresentou um prejuízo de 59,5 milhões de euros nos primeiros nove meses do ano, que compara com um lucro de 19,5 milhões alcançado no mesmo período do ano anterior. Sobre outros indicadores, o grupo não indicou (nem no comunicado nem ao Negócios) qual o valor da margem financeira (diferença entre juros cobrados em créditos e juros pagos em depósitos), do produto bancário nem esclareceu a evolução dos depósitos. 

 

No final de Outubro, o presidente executivo, José Félix Morgado (que substituiu António Tomás Correia, que agora se concentra na Associação Mutualista Montepio Geral, proprietária da Caixa, para a qual se recandidata), afirmou que os resultados apresentados "asseguram a sustentabilidade" da instituição financeira.

 

Félix Morgado defendeu, nessa altura, que o Montepio tem vendido mais imóveis do que o que tinha previsto, o que também permitiu melhorar os rácios de capital. O rácio de capital de melhor qualidade do Montepio, o rácio Common Equity Tier 1, situou-se em 9,3% no final de Setembro, abaixo dos 9,53% alcançados em Junho mas acima dos 8,51% de Dezembro, "decorrente da redução da carteira de crédito e da carteira de títulos de dívida".

A venda de activos não estratégicos insere-se no plano estratégico que a caixa já aprovou e que, segundo fonte oficial do Montepio, já foi "a
provado pelo conselho geral e de supervisão", e que visa a melhoria dos resultados da instituição.

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