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Montepio perde 25% dos depósitos de empresas

Os depósitos de particulares caíram 3%, mas os de institucionais recuaram 25% entre Setembro de 2014 e o mesmo mês de 2015. Eram indicadores que não constavam do primeiro relatório ao mercado sobre o terceiro trimestre.

Miguel Baltazar/Negócios
30 de Novembro de 2015 às 19:56
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O Montepio perdeu um quarto dos depósitos de empresas e institucionais nos primeiros nove meses do ano. Um recuo bastante mais intenso do que o sentido nos particulares, em que a queda foi de 3,2%. Estes são dois dados que constam do relatório e contas a 30 de Setembro da Caixa Económica Montepio Geral que não estavam incluídos na nota ao mercado divulgada a 30 de Outubro.

 

Os depósitos totais da instituição financeira sob o comando de José Félix Morgado fixaram-se em 12,5 mil milhões de euros em Setembro de 2015, o que representa uma quebra de 10,7% em relação ao mesmo período do ano passado.

 

Para esta evolução contribuiu, sobretudo, a tendência de quebra do volume de depósitos de empresas e institucionais. Aqui, o número desceu de 4,7 mil milhões para 3,5 mil milhões de euros. Uma redução de 25,3%, ou seja, um quinto do valor registado em Setembro de 2014. Entretanto, os depósitos de particulares recuaram 3,2%, para pouco menos de nove mil milhões de euros.

 

"Os depósitos de clientes particulares mantiveram-se estáveis em cerca de 8.960,8 milhões de euros (menos 3,2%, face a Setembro 2014), não obstante a actual conjuntura de taxas de juro historicamente baixas, propiciadora de uma intensa competição entre os diferentes bancos, acrescida da tendência de redução da taxa de poupança dos particulares registada desde o 2º trimestre de 2013 e do facto de a CEMG [Caixa Económica Montepio Geral] ter continuado a adoptar uma rigorosa política de ‘repricing’ dos depósitos, com particular impacto nos segmentos de empresas e institucionais, traduzindo-se no crescimento das operações de mercado substituindo recursos mais onerosos de clientes institucionais", justifica o comunicado.

 

Por sua vez, o crédito a clientes desceu 5%, para 15,9 mil milhões de euros, entre Janeiro e Setembro de 2015.

 

Nos primeiros nove meses do ano, e como tinha sido revelado anteriormente, a Caixa Económica Montepio Geral teve um prejuízo de 59,5 milhões de euros, o que compara com 19,5 milhões de euros de lucro alcançado no mesmo período do ano anterior (os dados de 2014 foram reexpressos para serem adequados às novas políticas contabilísticas).

 

Nessa data, não foi revelada a margem financeira – a diferença entre juros pagos em depósitos e juros recebidos em créditos, a base de negócio de qualquer banco. Contudo, esse indicador surge agora no relatório. A margem financeira cedeu 28,5%, para 182,4 milhões de euros, em parte penalizada pelas baixas taxas Euribor (que reduziram o contributo do crédito a clientes).

 

Com menor contributo da margem e com menores resultados obtidos de operações financeiras, o produto bancário do Montepio cedeu 45,5% para 379 milhões de euros.

 

 

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