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Membro do Conselho do BCE quer discutir alívio da ajuda à Zona Euro
"Quanto mais tempo durar o programa, mais teremos de pensar nas suas consequências", comenta o austríaco Ewald Nowotny em entrevista ao jornal Die Presse. Em Junho, o BCE terá de discutir o que se quer fazer em 2018.
O governador do Banco Nacional da Áustria quer que o Banco Central Europeu (BCE) discuta, no próximo mês, o que pretende fazer em 2018 ao programa de compra de activos, cujo objectivo é estimular a economia.
"Na reunião de Junho, temos de discutir a estratégia futura, a estratégia para o início de 2018", afirmou Ewald Nowotny (na foto) ao Die Presse, jornal austríaco em alemão, citada pela Reuters.
O líder da autoridade monetária austríaca, que pertence ao Conselho do BCE (órgão que junta a comissão executiva e os governadores da Zona Euro), admite que o programa de compra de activos "é e tem sido um sucesso". "Mas, por outro lado, é óbvio que não se pode transformar num instrumento permanente. É esse o desafio que enfrentamos".
"Quanto mais tempo durar o programa, mais teremos de pensar nas suas consequências", aventa Ewald Nowotny nas declarações à publicação austríaca. Em causa está o programa de compra de 60 mil milhões de euros em activos por mês, que Mario Draghi afirmou que é para manter até ao final do ano.
Na semana passada, o presidente do BCE mostrou-se optimista em relação à evolução económica mas deixou ainda algumas considerações negativas em relação à inflação. "Não estamos suficientemente convencidos que a inflação vai convergir para o nosso objectivo de inflação abaixo, mas próxima de 2% de forma sustentada e duradoura", afirmou Draghi. Um dia depois, foi revelada uma aceleração da inflação para 1,9%, com o índice que exclui os bens mais voláteis, a atingir o valor mais alto dos últimos três anos e meio.
A política acomodatícia na Zona Euro conta com a taxa de juro directora em 0% e com a taxa de depósitos de -0,4%, além do referido programa de compra de activos (como dívida pública, que tem servido para conter os juros pedidos pelos investidores).