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Inflação na Zona Euro volta a acelerar para 1,9%

Os preços voltaram a acelerar na Zona Euro em Abril, com a inflação a fixar-se em 1,9%. A maior novidade está naquilo a que se chama a inflação subjacente, que exclui energia e alimentos. Esse índice de preços disparou para o valor mais elevado em três anos e meio.

Kai Pfaffenbach /Reuters
28 de Abril de 2017 às 10:16
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Depois de um recuo em Março, o mês de Abril trouxe uma nova recuperação dos preços nas economias da moeda única. Segundo os dados publicados pelo Eurostat esta manhã, 28 de Abril, a inflação terá ficado em 1,9% no quarto mês do ano. Um valor que fica já muito próximo da meta do Banco Central Europeu (BCE) e que supera as expectativas dos analistas, que apontavam para 1,8%.

Os técnicos do instituto europeu de estatísticas justificam este desenvolvimento com a evolução dos preços da energia, que dispararam 7,5% na Zona Euro. Os serviços tiveram também um aquecimento, mas num nível muito inferior (1,8%). Alimentos, álcool e tabaco recuaram face a Março (1,5%) e os bens industriais estabilizaram (0,3%).

Desde o final do ano passado, observou-se a um crescimento veloz da inflação. Entre Novembro e Janeiro, saltou de 0,6% para 1,8%. No mês seguinte avançaria ainda mais, para os 2%. Contudo, em Março, assistiríamos a um recuo dos preços nos países da moeda única, até aos 1,5%. 

A principal novidade dos dados publicados hoje está naquilo a que se chama inflação subjacente ("core inflation"), que exclui bens de preço mais volátil, como a energia e os produtos alimentares não processados. É uma forma de verificar se a economia está mesmo a aquecer. Essa óptica de análise revela uma aceleração significativa entre Março e Abril, saltando de 0,8% para 1,2%. O valor mais elevado desde Agosto de 2013.

Segundo a Bloomberg, este avanço da inflação subjacente poderá ser justificado com uma subida dos preços relacionada com as férias da Páscoa, principalmente na Alemanha. Algo que parece ser consistente com a aceleração de 1% para 1,8% sentida nos serviços.

Um dos argumentos do BCE para manter uma política expansionista e medidas não convencionais no terreno tem sido o facto de não identificar uma trajectória de subida inequívoca dos preços, uma vez que ela tem estado dominada pela evolução dos combustíveis. Ainda ontem, Mario Draghi dizia que a inflação subjacente não estava a acelerar e que podemos estar a assistir apenas a "efeitos transitórios" nos preços. "Não estamos suficientemente convencidos de que a inflação vai convergir para o nosso objectivo de inflação abaixo, mas próxima de 2% de forma sustentada e duradoura", afirmou o presidente do BCE.

Os dados publicados hoje poderão ajudar a convencer o banqueiro. Se este nível de inflação subjacente se mantiver por alguns meses - acima das estimativas para a totalidade do ano -, o BCE poderá considerar que a economia do euro está mesmo a aquecer e que é altura de tirar os juros de mínimos ou recuar nos programas de compra de activos, que têm ajudado Portugal a controlar os juros da sua dívida pública.

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